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PolĂ­tica

Vereadores aprovam cassação do mandato de Gabriel Monteiro

Por Wanessa Dias 18/08/2022 às 22:20:53

Foto: reprodução

O vereador Gabriel Monteiro (PL) teve o seu mandato cassado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A sessão foi realizada nesta quinta-feira (18) e durou seis horas e meia. O placar final foi de 48 votos favorĂĄveis à cassação e 2 votos contrĂĄrios. Era necessĂĄrio um mĂ­nimo de 34 votos, do total de 50 parlamentares presentes.

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Monteiro foi julgado por quebra do decoro parlamentar, por trĂȘs motivos: encenação com uma menor de idade em um shopping, agressão contra um morador de rua convidado para a encenação de um roubo na Lapa e relação sexual gravada em vĂ­deo com uma menor de idade, que posteriormente teve as imagens vazadas na internet.

Também houve, durante os trabalhos da Comissão de Ética, denĂșncias de assessores do vereador por importunação sexual e estupro, mas esses crimes, como não faziam parte da denĂșncia inicial, não foram inseridos no relatório final.

A defesa de Monteiro sustentou que a encenação com a adolescente no shopping foi consentida pela mãe da jovem, que a gravação com o morador de rua era um experimento social e que ele teria sido agressivo, e que o vereador não sabia que a menina com quem se relacionava era menor de idade.

O advogado Sandro Figueredo também argumentou que Monteiro estava sendo vĂ­tima de uma conspiração da chamada mĂĄfia do reboque, empresa que teria sido denunciada por ele.

A quase totalidade dos vereadores que ocuparam a tribuna criticou Monteiro, famoso em seu canal de YouTube por fiscalizações em hospitais, abrigos e escolas pĂșblicas, além de supostas ações contra criminosos, por ter sido contra os princĂ­pios que devem nortear a conduta parlamentar.

Monteiro foi o Ășltimo a falar. Ele disse que havia errado por não aprender com os colegas mais velhos e que era muito jovem. Monteiro disse que não havia cometido crimes nos fatos narrados e pediu para não ser jogado na cova dos leões.

Paralelo ao processo de cassação, os supostos crimes de Monteiro correm na justiça criminal. O vereador deve concorrer a deputado federal, quando esses crimes migrarão, caso ele seja eleito, para instância superior, pelo foro especial por prerrogativa de função. Com isso, poderĂĄ levar ainda alguns anos até que ele perca o mandato, caso condenado.

Quem é Gabriel Monteiro

Gabriel Luiz Monteiro de Oliveira, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 4 de junho de 1994, é um youtuber, ativista e polĂ­tico brasileiro, filiado ao Partido Liberal (PL) e ex-integrante do Movimento Brasil Livre. Foi soldado da PolĂ­cia Militar do Estado do Rio de Janeiro de 2015 a 2020.

Carreira na PolĂ­cia Militar

Monteiro fez o curso de formação de soldados no final de 2015 para entrar na PolĂ­cia Militar do Rio de Janeiro. Como membro da instituição, ele chamou atenção da mĂ­dia pelas acusações de corrupção que fez à corporação. Em março de 2020, ele se envolveu em uma polĂȘmica após tratar o ex-comandante geral da PolĂ­cia Militar, Ibis Silva Pereira, de forma desrespeitosa em pelo menos duas ocasiões, tendo filmado-o "sem autorização". Segundo o processo do qual foi alvo, Gabriel teria se passado por estudante para conversar com o ex-comandante na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), local onde o policial reformado trabalha. Ao atender o soldado, Ibis percebeu que Gabriel pretendia gravar um vĂ­deo para o seu canal, onde ele questionava algumas ações do coronel. Consequentemente, ele teve o porte de armas suspenso e a identidade funcional da corporação. Em seu perfil no Instagram, Monteiro lamentou a punição e afirmou que o principal motivo para a possĂ­vel expulsão seria o vĂ­deo em que denuncia o envolvimento do coronel Íbis com traficantes do Comando Vermelho, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. O ex-comandante classificou a atitude do soldado como uma transgressão "para fins de projeção pessoal" e o criticou por fazer uma acusação grave sem ter provas.

No dia 4 de agosto de 2020, Monteiro foi expulso da PolĂ­cia Militar por acusações de deserção, como é previsto no artigo 187 do código penal militar, após não ter comparecido ao trabalho por mais de oito dias. Gabriel era lotado no 14Âș BPM (Bangu) e faltou ao serviço para o qual foi escalado em 22 de julho e ficou até o dia 31 sem dar qualquer satisfação. No entanto, ele foi reintegrado sobre alegação que estava afastado por atestado assinado pela própria PM, mas o batalhão diz que ele nunca apresentou o documento. No dia 14 de agosto de 2020, Monteiro anunciou nas redes sociais seu desligamento da PolĂ­cia Militar para poder seguir com a carreira polĂ­tica.

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