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Cidades

Grupos realizam manifestação contra mortes de negros em frente à prefeitura de SG

Por Wanessa Dias 03/07/2020 às 19:05:10

Fotos: Diego Carvalho

Cerca de 50 pessoas de diferentes grupos antirracismo realizaram na tarde desta sexta-feira (3) um ato contra as mortes de pessoas negras durante operações policiais em comunidades. O ato aconteceu na frente da prefeitura de São Gonçalo.

Segundo os organizadores, a concentração aconteceu às 16 horas na Praça Zé Garoto. os manifestantes caminharam até a porta da prefeitura, no Centro da cidade, onde alguns integrantes deitaram no chão, chegando a impedir o trânsito por alguns minutos.

"É preciso agir com cuidado, responsabilidade e cautela durante as operações policiais. Não vamos chamar um ato para as ruas por ora, justamente porque colocamos em pauta também o reflexo do racismo estrutural no número de mortos pela Covid-19", destacou uma das organizadoras.

Com faixas e cartazes os gritos e cânticos dos manifestantes entoavam críticas à violência da polícia contra o povo negro. Mesmo no contexto de isolamento social.

Caso João Pedro

A vítima de maior repercussão foi o menino João Pedro, de 14 anos, assassinado em maio após ter sua casa alvejada por 72 tiros de fuzil disparados por policiais. No pedido de investigação da morte, o Ministério Público Federal incluiu a suspeita de tentativa de ocultação de cadáver. O nome do adolescente foi lembrado em diversos momentos do protesto, bem como o de George Floyd, morto durante uma operação policial em Minneapolis, nos Estados Unidos. Deitados no chão, manifestantes repetiam a frase "não consigo respirar", as últimas palavras de Floyd.

Segundo uma enfermeira que preferiu não se identificar, que trabalha no Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), no Colubendê, a maioria dos negros e pardos que chegam baleados em operações policiais na unidade, são baleados nas regiões torácica e cabeça.

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"Antes chegavam baleados em membros, mas agora a maioria é em partes capazes de provocar o óbito com mais rapidez. A maioria dos feridos são jovens", disse.

Pretos e pardos representam 78% dos mortos por intervenção policial no Rio de Janeiro em 2019. A informação consta em um levantamento do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), obtido pelo portal G1 através da Lei de Acesso a Informação (LAI).

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