A crescente onda de violência tem sido cada vez mais evidente em Icaraí, um dos bairros mais valorizados de Niterói, com IPTU elevado. Anteriormente reconhecido por sua tranquilidade e proximidade com a praia, o bairro agora enfrenta uma série de furtos e arrombamentos frequentes, levando muitos residentes a considerarem a possibilidade de se mudar para outras áreas. (Veja vídeo)

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Os criminosos não hesitam em desrespeitar nem mesmo os locais de culto. Uma câmera de segurança capturou o momento em que o portão de uma igreja, situada na Rua Mariz e Barros, foi furtado.

E as ocorrências não param por aí; na semana passada, as câmeras de segurança de uma banca de jornal registraram um criminoso tentando arrombar o estabelecimento localizado na Gavião Peixoto.

Ainda na semana anterior, várias lojas, incluindo uma lanchonete, farmácia, loja de tecidos e de material de construção, foram alvo de arrombamento ou tentativa de invasão.

"O criminoso entrou na loja depois que conseguiu arrombar a porta de ferro automática. Ele fugiu levando apenas o dinheiro do caixa", relatou um comerciante.

"O bairro de Icaraí está abandonado. Onde está o prefeito? Onde está a polícia? Não vejo ninguém. Isso está demais! Não podemos mais andar com tranquilidade em um local que antes era pacífico. Por causa dessa violência, só no meu prédio, três vizinhos se mudaram. Minha esposa e eu estamos considerando procurar um apartamento em outro lugar. Não dá mais para continuar morando aqui", desabafou o arquiteto Frederico Perez, 54 anos.

O que antes era um sonho, hoje nem sequer está mais nos planos. A empresária Madalena Torres, de 46 anos, sempre alimentou o sonho de ter um apartamento de frente para a praia de Icaraí. No entanto, viu seu desejo desvanecer diante das constantes notícias de violência no bairro.

"Fiquei extremamente assustada. Perguntei a mim mesma, como isso pode acontecer? Sei que a violência está presente em todos os lugares, mas em Icaraí está fora de controle. Quase todos os dias há notícias de lojas furtadas ou arrombadas. Decidi desistir de morar lá. Não posso criar meus filhos em um bairro que hoje está tão violento", contou a empresária que atualmente mora no Centro.

De acordo com os comerciantes, embora reconheçam a alta demanda na cidade, não percebem uma presença policial constante. Como resultado, estão sendo obrigados a ajustar seus orçamentos e contratar segurança privada.

"Estamos nos vendo obrigados a contratar apoiadores para assegurar não apenas a proteção de nossas lojas, mas também a nossa própria segurança. Afinal, hoje em dia, ter câmeras de segurança não inibe os criminosos e, mesmo assim, os delitos persistem. Onde está a polícia?", questionou.

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