Na sexta-feira (22), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou uma foto em suas redes sociais beijando o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acompanhada da legenda: "Meu amor". A declaração pública de afeto acontece apenas um dia após o indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Além do ex-presidente, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo figuras de destaque como o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid. Segundo a PF, os investigados são suspeitos de envolvimento em crimes como abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A investigação tem como foco os eventos ocorridos após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, incluindo manifestações antidemocrĂĄticas e atos violentos que culminaram na invasão das sedes dos TrĂȘs Poderes em Brasília, em janeiro de 2023. O indiciamento sugere que Bolsonaro e outros aliados desempenharam papéis centrais na tentativa de minar a democracia brasileira.
A postagem de Michelle foi interpretada como uma demonstração de apoio ao marido em meio à crescente pressão política e jurídica. O gesto chamou atenção em um momento de fragilidade para o ex-presidente, que jĂĄ enfrenta outras investigações em diferentes frentes, incluindo o caso das joias sauditas e a disseminação de fake news.
Aliados de Bolsonaro reagiram ao indiciamento com críticas à PF e ao governo Lula, acusando as autoridades de perseguição política. Por outro lado, partidos de oposição e defensores do Estado DemocrĂĄtico celebraram o avanço das investigações.
Até o momento, Jair Bolsonaro não se pronunciou diretamente sobre o indiciamento, mas em declarações anteriores negou qualquer participação em atos que atentem contra a democracia, classificando as acusações como "infundadas".
O indiciamento pela PF não implica uma condenação, mas representa um avanço significativo nas investigações. O caso agora serĂĄ encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), responsĂĄvel por decidir os próximos passos do processo contra Bolsonaro e os demais envolvidos.