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Geral

A história do menino Gabriel, que fez transplante de rim no Hospital Estadual da Criança

Unidade é referência no atendimento a crianças e adolescentes

Por Wanessa Dias 12/10/2020 às 17:00:43

Foto: Mauricio Bazilio

Em casa, o presente do Dia das Crianças, um carrinho do Corpo de Bombeiros, já foi comprado para comemorar a data. A alta de um quadro de infecção urinária do pequeno Gabriel Medeiros Lessa, de 4 anos, do Hospital Estadual da Criança (HEC), referência em transplante, que aconteceu na terça-feira (06/10), foi a confirmação que todos estarão juntos no dia especial. No dia 22 de outubro, Gabriel completará um ano da realização do seu transplante de rim feito na unidade, em que o próprio pai foi o doador, passando de última opção para a primeira.

Comemorar o Dia das Crianças ao lado da família é uma conquista para Gabriel, que tem se comportado como um guerreiro. A vida, ainda curta, tem apresentado muitos obstáculos, mas ele tem superado todos: deixar de ser paciente renal crônico, reconstituiu o aparelho excretor, além de deixar de fazer hemodiálise e vencer vários quadros graves de infecção.

Até brincar com o carrinho do Corpos de Bombeiros que ganhou, com luzes coloridas e caixa de ferramenta, Gabriel percorreu um longo caminho até voltar a ter qualidade de vida.

"Ele nasceu, em Belo Horizonte, com problema renal crônico e com uma semana de vida foi diagnosticado sem ânus. Além disso, apresentava má formação do trato urinário (rim, bexiga e ureter). Desde os primeiros dias de vida, convive com cirurgias e problemas de infecção. Chegou a ser desenganado pelos médicos, mas, em 2019, a sua vida mudou com o transplante de rim no HEC. Ele já cresceu 12 cm, engordou 2 kg, apresentou melhoras no cabelo, na pele e na dentição", explica a mãe, Camiline Medeiros Lessa, que, atualmente, mora em Cabo Frio.

Segundo ela, o Hospital da Criança foi uma luz na vida deles. Para a mãe, a unidade passou as informações que eles precisavam saber, abrindo portas para entender a real necessidade de seu filho.

"O transplante permitiu que ele voltasse a estudar e a ter convívio social, transformando sua vida para melhor", disse a dona de casa, moradora da Região dos Lagos, que também tem outro pequeno: Yago, de um ano.

Pai vira doador do filho

Depois de Gabriel perder três oportunidades para a realização do transplante, em decorrência de problemas de saúde, Tiago Antonio de Menezes Marotta, pai de Gabriel, passou no teste de compatibilidade e doou o órgão para o filho.

"Desde o primeiro momento me coloquei à disposição para fazer o transplante. Tinha uma angústia de saber que para ele continuar a viver outra criança teria que partir. Fiz por amor e faria para qualquer outra criança. O meu teste de compatibilidade chegou a 98% e para ficar ainda mais perfeito tinha um rim menor do que o outro, o que ajudou ainda mais devido ele ser uma criança", declara Tiago.

Para Lúcio Abreu, Diretor de Qualidade do Hospital da Criança, a unidade tem como meta prestar um atendimento de excelência, sem esquecer o lado lúdico para acolher as crianças e os adolescentes.

"O Hospital Estadual da Criança se dedica ao atendimento de qualidade aos pacientes de 0 a 19 anos com programas de assistência a patologias de alta complexidade, entre elas transplantes renais e hepáticos, oncologia e cirurgias gerais, microcirurgias, plásticas, ortopédicas e neurocirurgias. O atendimento direcionado aos nossos pequenos pacientes também conta com a dedicação de voluntários e ações lúdicas que ajudam a minimizar a experiência no ambiente hospitalar", destaca Lúcio Abreu, Diretor de Qualidade.

Encontro virtual faz parte dos festejos do Dia das Crianças elaborado pelo HEC

Dentro da programação do Dia das Crianças do Hospital Estadual da Criança (HEC), na quarta-feira (14/10) a unidade lança o Projeto "Doses Virtuais", da Trupe Miolo Mole (grupo de palhaços voluntários, que desde de 2011 atua em hospitais pediátricos), com o objetivo de promover encontros virtuais entre os pacientes internados e os palhaços.

A interação acontecerá com uso de tecnologia. Por intermédio de um tablet e de ligações por vídeo chamada, os palhaços "doutores" irão realizar visitas às crianças internadas no setor oncológico do hospital. A finalidade é promover virtualmente as interações, que antes eram realizadas presencialmente antes da pandemia.

"O projeto visa realizar encontros alegres a cada 15 dias com os pacientes e buscar fazer com que as crianças esqueçam a situação em que se encontram, contribuindo para sua recuperação e a humanização do atendimento. Tudo será feito de improviso, como se fosse uma consulta entre o médico e seu paciente, mas através de um bate-papo descontraído. A interação acontecerá por intermédio de perguntas e de respostas", explica Pablo Tavares, fundador da "Trupe Miolo Mole", que conta com 40 voluntários na missão de alegrar crianças em hospitais.

A programação completa, que vai do dia 13 ao dia 16 de outubro, contará ainda com atividade de pedagogia e terapia ocupacional, ressaltando a importância do trabalho de conscientização dos direitos e deveres da criança por meio de atividade lúdica (fantoche, texto e desenhos para colorir). Também estão programadas atividades de recreação, como confecção de quebra-cabeça, trabalho de colagem, pintura e recorte.

Hospital da Criança é referência em cirurgias e tratamento oncológico

A unidade, localizada na Vila Valqueire, Zona Oeste, atende crianças e jovens de 0 a 19 anos, sendo a primeira unidade pública pediátrica no estado voltada para cirurgias de média e alta complexidade, além do tratamento oncológico e transplante renal e hepático. Acreditada com o Nível 03 de Excelência na segurança do paciente pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), desde sua inauguração, em 2013, já foram realizados cerca de 35.960 procedimentos cirúrgicos, 135.471 consultas, 195 transplantes (114 hepáticos e 81 renais).

Atualmente, o HEC está funcionando com 43 quartos individuais, 10 de UTI neonatal, 5 de UTI pediátrica, 8 poltronas de quimioterapia, 5 consultórios, 1 oficina de prótese, 1 consultório odontológico, 3 salas de cirurgia e 4 leitos de RPA (repouso pós-anestésico), exames de ultrassonografia, tomografia computadorizada, ecocardiografia, raios x, endoscopia, colonoscopia, broncoscopia, serviços de fisioterapia motora e respiratória, terapia ocupacional e apoio psicológico, pedagógico e social aos pacientes e familiares.

INSTAGRAN


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