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PolĂ­cia

Policiais Militares que agrediram homem negro em shopping são denunciados por racismo

Após a abordagem agressiva, um dos policiais derrubou a vĂ­tima no chão

Por Wanessa Dias 09/12/2020 às 18:01:41

O Ministério PĂșblico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ÂȘ Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da ĂĄrea Ilha do Governador e Bonsucesso do NĂșcleo da Capital, denunciou nesta quarta-feira (09/12) dois policiais militares acusados de praticarem ato de discriminação e preconceito racial contra Matheus Fernandes Bionde Correia, no Ășltimo dia 06/08, no shopping Ilha Plaza, zona norte da cidade.

De acordo com a denĂșncia, os policiais militares Gabriel Guimarães SĂĄ IzaĂș e Diego Alves da Silva, que trabalhavam como seguranças no shopping, desconfiaram que Matheus, que é negro e tentava trocar um relógio em uma loja de departamentos, teria furtado o objeto, abordando a vĂ­tima de forma truculenta. Após forçarem Matheus a sair da loja, os denunciados o levaram para uma escada e o derrubaram, imobilizando-o e apontando uma arma de fogo na direção de sua cabeça.

A ação penal ajuizada relata que a vĂ­tima passou a ser observada pelos denunciados porque segurava o relógio nas mãos que seria trocado e, por ser negra, os PMs desconfiaram que ela teria furtado o bem. Após a abordagem agressiva, Gabriel derrubou Matheus no chão, enquanto Diego ajudou na imobilização e deu cobertura, evitando que testemunhas se aproximassem. Porém, com o aumento do nĂșmero de pessoas se aglomerando em torno da escada onde ocorriam as agressões, os denunciados soltaram a vĂ­tima, cessando a ação preconceituosa e arbitrĂĄria.

Em sede policial, os denunciados alegaram que haviam encerrado o expediente no dia do fato quando viram a vĂ­tima com um boné que fazia menção a um dos antigos lĂ­deres do trĂĄfico de drogas no Morro do DendĂȘ. Além disso, eles disseram que teriam notado um volume na cintura de Matheus, que parecia ser uma arma de fogo, razão pela qual o abordaram, mas negaram que estivessem armados e que agrediram a vĂ­tima, acrescentando terem sido xingados por ela, versão desmentida pelas filmagens e por testemunhas. Um vigilante do shopping, que compareceu à escada de incĂȘndio e indagou aos denunciados sobre o ocorrido, relatou que eles lhe informaram que estavam verificando se a vĂ­tima cometera um furto, não mencionando nada a respeito da possĂ­vel arma de fogo e do boné suspeito.

Diante disso, requer a 2ÂȘ Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da ĂĄrea Ilha do Governador e Bonsucesso do NĂșcleo da Capital, que os denunciados respondam pelo crime de racismo, previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89 e que prevĂȘ pena de reclusão de um a trĂȘs anos.

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