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PolĂ­cia

ONU pede investigação imparcial sobre operação no Jacarezinho

Operação da polĂ­cia na comunidade terminou com 25 mortos

Por Wanessa Dias 07/05/2021 às 13:41:00

O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, com sede em Genebra, na SuĂ­ça, pediu hoje (7) ao Ministério PĂșblico que realize uma investigação independente, completa e imparcial de acordo com as normas internacionais da operação na comunidade do Jacarezinho, na zona norte da capital fluminense, que terminou com 25 mortos, entre eles um policial civil. A operação ocorreu ontem (6) e foi a mais letal na história do estado.

"Isto implica que as autoridades devem garantir a segurança e a proteção das testemunhas e protegĂȘ-las contra intimidações e retaliações", disse Rupert Colvill, porta-voz do Escritório da Alta ComissĂĄria da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.


O porta-voz acrescentou que hĂĄ uma tendĂȘncia antiga de uso desnecessĂĄrio e desproporcional da força pela polĂ­cia nas favelas. "Lembramos às autoridades brasileiras que o uso da força deve ser aplicado somente quando estritamente necessĂĄrio, e que elas devem sempre respeitar os princĂ­pios de legalidade, precaução, necessidade e proporcionalidade. A força letal deve ser usada como Ășltimo recurso e somente nos casos em que haja uma ameaça iminente à vida ou de ferimentos graves".

Na manhã desta sexta-feira, manifestantes fazem um ato em frente a Cidade da PolĂ­cia, na zona norte do Rio, contra as mortes ocorridas na Operação Exceptis, realizada pela PolĂ­cia Civil no Jacarezinho.

PolĂ­cia Civil

A PolĂ­cia Civil negou que tenha havido casos de execuções entre os 24 suspeitos mortos no Complexo do Jacarezinho. Segundo delegados que participaram diretamente da operação, os suspeitos morreram em decorrĂȘncia do confronto com os policiais.

Ainda de acordo com a PolĂ­cia Civil, o objetivo era combater grupos armados de traficantes de drogas que estariam aliciando crianças para o crime. Além disso, segundo as investigações, eles estavam envolvidos em outros crimes, incluindo sequestros de trens que passam pela comunidade.

Prefeitura

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que vai conversar com o governador do estado, ClĂĄudio Castro, sobre a possibilidade de ser feita uma ocupação permanente no Jacarezinho. "Não é admissĂ­vel que, em frente da Cidade da PolĂ­cia, vocĂȘ tenha o poder paralelo comandando", disse, durante a coletiva de divulgação do boletim epidemiológico da covid-19.

Para Paes, o resultado da operação de ontem é fruto de uma polĂ­tica de segurança pĂșblica inexistente. "A gente não pode achar que é normal, em qualquer lugar minimamente civilizado, que 25 pessoas – um agente de segurança pĂșblica e 24 cidadãos –, que podem ser eventualmente de fato criminosos, que isso aconteça".

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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