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PolĂ­cia

Número de mortos na favela do Jacarezinho sobe para 28

OAB manifestou preocupação e MPRJ investiga operação

Por Wanessa Dias 08/05/2021 às 07:15:55

Foto: Rio de Paz

A PolĂ­cia Civil confirmou que subiu para 28 o nĂșmero de mortos na operação de ontem (6) na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio. O nĂșmero foi ampliado, depois que trĂȘs vĂ­timas que deram entrada em hospitais pĂșblicos foram levadas hoje (7) para o Instituto Médico Legal (IML).

Antes o nĂșmero de mortos era de 25, entre eles o policial civil André Leonardo Frias, 48 anos, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), morto com um tiro na cabeça quando desceu do carro blindado, junto com outros cinco policiais, porque o carro ficou impedido de seguir pela favela por causa de uma barricada colocada pelo trĂĄfico no caminho.

O disparo que matou o policial partiu de uma espécie de bunker, com furos no muro para passar o cano de armas de guerra, e aconteceu no momento em que a equipe chegava na comunidade, por volta das 6h.

OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ), manifestou uma grande preocupação com o resultado da operação policial no Jacarezinho. Segundo a entidade, o nĂșmero de vĂ­timas coloca essa ação policial entre as mais letais da história do estado.

A OAB-RJ, disse em nota que operações de enfrentamento ao crime organizado são necessĂĄrias, mas devem ser feitas com inteligĂȘncia e planejamento. "Salientamos que o norte permanente da atuação das forças de segurança deve ser a preservação de vidas, inclusive a dos próprios policiais", diz a entidade.

A nota diz ainda que, independente das circunstâncias, as forças de segurança devem cumprir suas funções respeitando os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. "Nunca serĂĄ aceitĂĄvel que um braço do Estado opere acima das leis". A Comissão de Direitos Humanos e AssistĂȘncia JudiciĂĄria da OAB-RJ estĂĄ acompanhando o caso.

MPRJ

O Ministério PĂșblico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) estĂĄ investigando as circunstâncias das mortes na ação policial no Jacarezinho para apurar se houve violações a direitos durante a operação.

"Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabĂ­veis em decorrĂȘncia dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ, que na data de ontem esteve presente na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perĂ­cia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial", informou a nota.

Os promotores estão recolhendo relatos e outros elementos para subsidiar as investigações. "Dentre esses elementos, foram recebidas comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, trazendo relatos, imagens e vĂ­deos da operação, que foram imediatamente levados ao conhecimento da 1ÂȘ Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, responsĂĄvel pelo procedimento investigatório".

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Fonte: AgĂȘncia Brasil

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