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PolĂ­cia

Sobe para 29 número de mortos em operação policial no Jacarezinho

Defensores de direitos humanos questionam legalidade da ação

Por Wanessa Dias 08/05/2021 às 14:23:28

A PolĂ­cia Civil do Rio de Janeiro informou hoje (8) que subiu para 29 o nĂșmero de mortos na operação policial realizada na Ășltima quinta-feira (6) na favela do Jacarezinho, na zona norte da capital.

A polĂ­cia divulgou apenas a identidade do inspetor de polĂ­cia André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, e afirmou que os outros 28 mortos eram criminosos.

Considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, a operação policial foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que, entre outros crimes, era suspeita de aliciar menores de idade.

Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação, que também despertou a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos. As trĂȘs instituições pediram investigações rigorosas e imparciais e ressaltaram o compromisso do Estado no respeito aos direitos humanos.

ResponsĂĄvel por fiscalizar a legalidade da ação, o Ministério PĂșblico do Estado do Rio de Janeiro emitiu uma nota em que informa que estĂĄ investigando as circunstĂąncias das mortes ocorridas durante a operação.

"Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabĂ­veis em decorrĂȘncia dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ", diz o texto, que informa que a promotores estiveram presentes na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. "Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perĂ­cia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial", informou a nota.

O governador do Rio de Janeiro, ClĂĄudio Castro, defendeu a PolĂ­cia Civil e afirmou na noite de ontem que a operação foi "o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça."

JĂĄ uma nota conjunta assinada por entidades como a Anistia Internacional no Brasil, a Justiça Global, o Instituto Marielle Franco e o Movimento Negro Unificado classifica a operação como um massacre. Defensores de direitos humanos, moradores de favelas e familiares de vĂ­timas de violĂȘncia policial realizaram protestos ontem (7) contra as mortes.

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