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Pintores que mataram patroa e diarista são condenados a 76 anos de prisão

Por Wanessa Dias 16/11/2022 às 18:30:24

Foto: Reprodução

A Justiça condenou a 76 anos, dois meses e 20 dias de prisão os pintores Jhonatan Correia Damasceno e William Oliveira Fonseca pelos assassinatos de Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, e da sua diarista Alice Fernandes de Silva, de 51. Elas foram degoladas dentro do apartamento da idosa, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, que ainda foi incendiado pelos criminosos. Na sentença, o juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ÂȘ Vara Criminal, destacou a manutenção da prisão dos condenados e a extrema violĂȘncia e crueldade do crime.

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Os condenados foram presos preventivamente, sendo certo que suas custódias cautelares hão de ser mantidas em virtude de se encontrarem presentes dois dos requisitos, previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, que autorizam a decretação da prisão preventiva, quais sejam, a garantia da ordem pĂșblica e o asseguramento da aplicação da lei penal. Afinal, um dos delitos perpetrados pelos condenados foi o de latrocĂ­nio, que é um crime hediondo, o que evidencia a periculosidade dos condenados - esta, aliĂĄs, também pode ser evidenciada pela extrema violĂȘncia e crueldade empregada no crime, o que deixa inequĂ­voco que a liberdade dos condenados poderia gerar perigo para a sociedade -, não se podendo perder de vista, ainda, que os condenados, em liberdade, certamente encontrariam estĂ­mulos para a prĂĄtica de outros delitos semelhantes. Destarte, a manutenção dos condenados no cĂĄrcere hĂĄ de se dar para garantia da ordem pĂșblica – escreveu o magistrado.

Jhonatan jĂĄ tinha trabalhado como pintor para a idosa e feito também serviços no prédio. Em 9 de junho passado, ele e William foram ao prédio com o intuito de conseguir mais dinheiro com a vĂ­tima e avisaram a um dos porteiros que iriam ao apartamento de Martha. De acordo com a denĂșncia, eles ameaçaram as duas mulheres e obrigaram a idosa a assinar trĂȘs cheques no valor de R$ 5 mil cada. Enquanto William mantinha as vĂ­timas em cĂĄrcere privado, Jhonatan foi à agĂȘncia bancĂĄria do Bradesco para descontar os cheques. A caixa chegou a entrar em contato com a idosa para confirmar a transação. Em seu depoimento, ela contou que a idosa confirmou a emissão dos cheques e pediu que Jhonatan assinasse e colocasse o nĂșmero da sua identidade no verso de cada um, que foram fotografados a mando do gerente.

Ainda de acordo com a denĂșncia, Jhonatan e William, se acusaram mutuamente pelo planejamento do duplo assassinato. William diz que Jhonatan teve medo de ser reconhecido, pois tinha trabalhado como pintor para a idosa e no prédio. Jhonatan alegou que William também ficou com receio do reconhecimento, por ter tirado a mĂĄscara. William admitiu ter matado as duas mulheres por ordem de Jhonatan, que foi responsĂĄvel pelo incĂȘndio no apartamento. Além do dinheiro, foram roubados joias e celulares que estavam no imóvel. Os criminosos foram presos logo depois do crime.

O juiz FlĂĄvio Itabaiana juiz apontou a forma de agir fria, calculada, insensĂ­vel, covarde e bĂĄrbara, "com o crime sendo perpetrado com extrema e exacerbada crueldade - esgorjamento - contra duas mulheres indefesas), das circunstâncias do crime (este foi perpetrado em concurso de pessoas, dificultando, assim, eventual reação das vĂ­timas, devendo ser considerada, ainda, a longa duração do delito. FlĂĄvio Itabaiana também destaca que "os réus ingressaram no apartamento da vĂ­tima Martha por volta das 13h30 e de lĂĄ saĂ­ram juntos por volta das 16h40 -, jĂĄ que durante horas as vĂ­timas, antes de serem mortas, ficaram amordaçadas e amarradas, sofrendo, dessa forma, verdadeira "tortura" fĂ­sica e moral) e das consequĂȘncias do delito (estas, pelo que se depreende dos depoimentos prestados em juĂ­zo e em sede policial, foram excessivamente graves, pois o crime, além de causar comoção, revolta e danos psicológicos às famĂ­lias das vĂ­timas, também causaram comoção nos empregados e moradores do condomĂ­nio, bem como na sociedade)".c

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