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PolĂ­tica

MPE pede cassação da chapa do governador Cláudio Castro por abuso de poder

Escândalo da "folha de pagamento secreta" apontou criação de 45 mil cargos na Uerj e no Ceperj por reeleição

Por Wanessa Dias 15/12/2022 às 04:48:59

Foto: Rafael Campos/Divulgação/Governo RJ

A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE/RJ), órgão do Ministério PĂșblico Eleitoral, pediu nesta quarta-feira (14) a cassação da chapa do governador eleito ClĂĄudio Castro (PL) por abuso de poder polĂ­tico e econômico no escândalo da "folha de pagamento secreta" do Ceperj e da Uerj. A ação foi protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ).

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Segundo a PRE, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) auditou os desvios e entendeu que eles afetaram a isonomia dos candidatos na eleição para governador do estado do Rio.

O Ministério PĂșblico Eleitoral ressaltou que houve conduta vedada pelo uso de "folha de pagamento secreta" com 27 mil cargos temporĂĄrios na Fundação Centro Estadual de EstatĂ­sticas, Pesquisas e Formação de Servidores PĂșblicos do Estado do Rio de Janeiro (Ceperj) e 18 mil nomes, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A ação é contra ClĂĄudio Castro (PL), o vice-governador eleito Thiago Pampolha (União) e outras 10 pessoas, incluindo polĂ­ticos eleitos à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa (Alerj).

Além de Castro e Pampolha, que responderão à ação no cargo, a PRE detalha a violação da legislação eleitoral por deputados estaduais eleitos – Rodrigo Bacellar (PL), Leo Vieira (PSC), Bernardo Rossi (Solidariedade) –, deputados federais eleitos – Gutenberg Fonseca (PL), Áureo LĂ­dio (Solidariedade) e Max Lemos (PROS) – e Allan Borges (subsecretĂĄrio da Secretaria de Infraestrutura e Obras/RJ), Marcus Venissius da Silva Barbosa (eleito suplente de deputado federal, Podemos), Patrique Welber (secretĂĄrio de Trabalho e Renda/RJ) e Danielle Barros (secretĂĄria de Cultura e Economia Criativa/RJ).

As penas em casos de abuso de poder e conduta vedada incluem a cassação dos eleitos, a inelegibilidade por oito anos (do ano eleitoral em diante) e multa. O inĂ­cio da ação não impede que eventuais ilĂ­citos da alçada das Justiças Estadual e Federal sejam julgados pelo Tribunal de Justiça (TJ) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para os procuradores eleitorais no Estado, hĂĄ vasto acervo de provas obtidas com o TCE, Uerj, testemunhas e outras fontes.

"Não restam dĂșvidas sobre a atuação como cabos eleitorais ou apoio polĂ­tico obrigatório das pessoas que constavam das listas e recebiam os valores pĂșblicos como 'contraprestação laboral' dos projetos executados pela Ceperj, funções essas criadas e colocadas à disposição dos interesses polĂ­ticos", frisam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso de Oliveira e FlĂĄvio Paixão.

"A sanção de inelegibilidade deve ser aplicada não apenas em virtude da extrema gravidade da conduta dos investigados capaz de comprometer a própria normalidade e legitimidade do processo eleitoral. Não somente tinham prévio conhecimento dos atos ilĂ­citos praticados como participaram efetivamente do cometimento do abuso de poder polĂ­tico e econômico", diz a denĂșncia.

Ceperj e Uerj

Na ação de investigação judicial eleitoral, cujo relator serĂĄ o corregedor eleitoral do TRE, a PRE comprovou "folhas de pagamento secretas" na Ceperj e Uerj. Ela traz mais de 18 mil cidadãos contratados sem concurso pĂșblico para suposta atuação em projetos à revelia da Constituição e leis como a de Responsabilidade Fiscal. O custeio de projetos da Ceperj e Uerj teve alta notĂĄvel com recursos obtidos no leilão da Cedae.

A PRE destaca na ação duas frentes do esquema ilegal: (1) utilização abusiva e eleitoreira da Ceperj (desvios de projetos como Esporte Presente, Casa do Trabalhador, RJ para Todos e Cultura para Todos); e (2) uso abusivo e eleitoreiro da Uerj, que incluiu projetos como o Observatório Social da Operação Segurança Presente.

A procuradoria e os órgãos de controle viram que projetos como esses em vĂĄrios municĂ­pios foram desvirtuados por candidatos beneficiados pelo grande gasto de recursos pĂșblicos neste ano eleitoral.

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Fonte: Brasil de Fato

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