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PolĂ­cia

Famílias de vítimas de chacina no Jacarezinho pedem reparação

Em maio de 2021, 28 pessoas foram mortas no Jacarezinho

Por Redacao 30/04/2023 às 12:24:53

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os familiares de 14 vĂ­timas da chacina do Jacarezinho entraram na Justiça em busca de reparação. Ao todo, 60 parentes dos jovens assassinados ingressaram com ações indenizatórias contra o estado do Rio de Janeiro cobrando pensão, dano moral e tratamentos para saĂșde mental.

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O maior massacre jĂĄ registrado em uma operação policial na história do Rio de Janeiro, onde 28 pessoas foram assassinadas, completa dois anos no próximo dia 6 de maio.

O advogado dos familiares das 14 vĂ­timas, João Tancredo, afirma que os pedidos de indenização se baseiam em incontĂĄveis irregularidades cometidas pela operação que, se ignoradas pelo JudiciĂĄrio, normalizarão o aumento exponencial da brutalidade contra os moradores de favelas.

"A letalidade policial no Rio jĂĄ é das mais altas do mundo. A PolĂ­cia Civil tem uma média de quase cinco mortos por operação. No Jacarezinho, esse nĂșmero foi superior em aterrorizantes 460%. O crescimento dessa mĂĄquina estatal de matar precisa ser freado, isso nunca reduziu a criminalidade, apenas ampliou o sofrimento do povo preto e pobre", disse.

Irregularidades

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 635) determinou que as operações policiais deveriam ser excepcionais, cuidadosas e imediatamente justificadas. "Tudo descumprido no Jacarezinho. Não foi excepcional, pois o Ășnico objetivo era o cumprimento de 21 mandados de prisão; não foi cuidadosa, uma vez que foram 28 mortos em nove horas de operação; e não foi imediatamente justificada, jĂĄ que o Ministério PĂșblico foi comunicado da operação trĂȘs horas depois de iniciada", detalhou Tancredo.

Na Ășltima segunda-feira (24), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve reunido, em seu gabinete, em BrasĂ­lia, com o procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras, e com a vice-procuradora-geral da RepĂșblica, Lindôra AraĂșjo, para informar à PGR dos Ășltimos desdobramentos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, de sua relatoria.

Ao analisar a ação, o plenĂĄrio do STF, além de limitar a realização de operações policiais em comunidades do Estado do Rio de Janeiro durante a pandemia da covid-19, determinou que fosse apresentado um plano contendo medidas para a redução da letalidade policial e para o controle de violações de direitos humanos pelas forças de segurança no estado.

Recentemente, o ministro Fachin recebeu do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) relatório de avaliação do Plano de Redução da Letalidade Policial apresentado pelo Estado do Rio de Janeiro. A ADPF estĂĄ hoje na PresidĂȘncia do STF, mais precisamente no Cesal (Centro de Soluções Alternativas de LitĂ­gios Estruturais). A finalidade do envio ao Cesal foi esclarecer a demora do Estado do Rio em instalar as câmeras corporais nos seus agentes de segurança e permitir que o estado divulgue um cronograma claro sobre essa providĂȘncia.

Na reunião, Fachin reiterou que o papel da PGR na fiscalização e no acompanhamento da decisão é fundamental para sua efetividade. Segundo ele, a PGR pode, inclusive, designar membros do Ministério PĂșblico Federal para acompanhar os desdobramentos da ação.

Indenização

As ações indenizatórias para o dano causado pelas execuções variam de R$ 100 mil a R$ 500 mil. JĂĄ para os danos causados pela violação dos direitos à investigação adequada e ao tratamento adequado dos corpos, os valores são de R$ 50 mil e R$ 100 mil, respectivamente. Os familiares ainda cobram pensões para os dependentes das vĂ­timas, cujas quantias variam de um salĂĄrio mĂ­nimo até R$ 3 mil, e o pagamento de tratamentos para a saĂșde mental.

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