Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente VĂtima (DCAV) deflagraram, nesta terça-feira (27/06), a "Operação Dark Room" (Quarto Escuro) e apreenderam dois adolescentes apontados como responsĂĄveis por praticar estupros e induzir meninas a automutilação e suicĂdio por meio da plataforma Discord. Um dos alvos, de 17 anos, era considerado um dos principais lĂderes do grupo.
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A ação aconteceu em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste da capital do Rio de Janeiro, e no municĂpio de Volta Redonda, Região do Médio ParaĂba fluminense, e teve como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão contra os dois adolescentes. Aparelhos eletrônicos foram apreendidos.
As investigações começaram em março deste ano, após compartilhamento de dados de inteligĂȘncia com a PolĂcia Federal e polĂcias civis de diversos estados do paĂs. Durante a apuração, a equipe da DCAV constatou os crimes cometidos por jovens e adolescentes na plataforma, um aplicativo de comunicação com suporte a mensagens de texto, voz e chamadas de vĂdeo.
Sobre a plataforma
O programa foi concebido inicialmente para a comunidade "Gamer" e se popularizou entre os jovens e adolescentes, em que usuĂĄrios com interesses comuns se reĂșnem para se comunicarem. De acordo com as investigações, a plataforma Discord era utilizada por um mesmo grupo, de vĂĄrias regiões do paĂs, para cometer atos de violĂȘncia contra animais e adolescentes, além de divulgar pedofilia, zoofilia e fazer apologia ao racismo e nazismo.
Os agentes obtiveram vĂdeos em que animais são mutilados e sacrificados como parte de desafios impostos pelos administradores (lĂderes) como condição para membros ganharem cargos, o que se traduzia em permissões e acesso a funções dentro do grupo. A maioria das ações era transmitida ao vivo em chamadas de vĂdeo para os integrantes.
Adolescentes também eram chantageadas e constrangidas a se tornarem escravas sexuais dos lĂderes, que cometiam "estupros virtuais", também transmitidos ao vivo pela internet. Durante o ato, as meninas eram xingadas, humilhadas e obrigadas a se automutilar.
As vĂtimas, de vĂĄrias regiões do Brasil, eram escolhidas na própria plataforma, seja por meio de perfis abertos nas redes sociais ou até indicadas por integrantes do grupo. Com dados pessoais das vĂtimas, os investigados iniciavam uma série de chantagens, afirmando que possuĂam fotos comprometedoras que seriam divulgadas ou enviadas para os pais das mesmas.
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