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PolĂ­cia

Maxwell é transferido para presídio federal em Brasília

Ex-bombeiro Ă© acusado de participação antes e depois do crime

Por Redacao 25/07/2023 às 21:22:31

Foto: Reprodução

O ex-sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões CorrĂȘa, conhecido como Suel, foi transferido da sede da SuperintendĂȘncia da Polícia Federal no Rio de Janeiro para unidade do Departamento PenitenciĂĄrio Nacional (Depen), em Brasília. Suel foi transportado na tarde desta terça-feira (25) em um avião da PF, acompanhado de agentes da corporação.

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Maxwell Simões CorrĂȘa foi preso nesta segunda-feira (24), no âmbito da Operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal e pela Força Tarefa Marielle e Anderson (FT-MA), junto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro.

A justiça considera que as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam a ligação do ex-bombeiro com o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes, antes, durante e depois do crime.

A prisão foi baseada em informações da delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, preso desde 2019, que declarou ter sido o motorista do veículo usado no crime. Segundo a delação, o ex-policial Ronnie Lessa foi o autor dos disparos que provocaram as mortes de Marielle, de Anderson e ainda feriram a assessora Fernanda Chaves.

Segundo o MPRJ, antes do crime, Maxwell Simões CorrĂȘa participou da vigilância da vereadora, e depois, trocou as placas do veículo usado nos assassinatos, jogou fora as cĂĄpsulas e munições usadas e providenciou o desmanche do carro. O ex-bombeiro também seria responsĂĄvel por manter financeiramente a família de Élcio Queiroz, assim como por arcar com as despesas de sua defesa.

Defesa

A defesa de Maxwell Simões CorrĂȘa informou que ainda não tem condição de se manifestar sobre a prisão do cliente. "A defesa teve acesso ontem aos autos, porém ainda não terminou o estudo do caso para se manifestar no momento", disse a advogada Fabíola Garcia à AgĂȘncia Brasil.

Ainda segundo a advogada, o cliente passou por uma audiĂȘncia de custódia ontem na SuperintendĂȘncia da PF, onde permaneceu desde que foi preso pela manhã. "[A audiĂȘncia foi] apenas para constar para o cumprimento do mandado de prisão".

A defesa de Ronnie Lessa alega que o cliente é inocente.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública disse em nota que "fornece informações sobre transferĂȘncia de presos".

Avanço

O promotor do MPRJ, Eduardo Martins, disse que após cinco anos do crime, enquanto muitos achavam que não seria possível avançar nas investigações sobre os assassinatos, a delação vai permitir chegar a outros eventuais participantes do crime e possivelmente chegar aos mandantes. "Com isso, esclarecemos muitos detalhes que estavam obscuros, detalhes ainda sobre a execução que permaneciam obscuros e a partir daqui a Polícia Federal e o Ministério Público vão prosseguir na tentativa de identificar os demais partícipes do crime", apontou em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Para o coordenador do Gaeco, promotor FĂĄbio CorrĂȘa de Mattos Souza, o trabalho realizado pela PF e pela MP, que resultou na delação, foi de muita paciĂȘncia e perseverança e "abre uma perspectiva de revisitar todas as provas que foram amealhadas anteriormente, no sentido de ratificar e ampliar os aspectos dessa investigação".

O coordenador afirmou também que as instituições estão buscando e oferecendo respostas ao longo do período de investigação.

"Cada vez mais, mais detalhes do que aconteceu efetivamente naquela noite estão sendo descortinado e a ideia é que se apresente no momento do júri tudo que efetivamente aconteceu. Todas as questões jĂĄ postas, foram ratificadas e cada vez mais ampliadas".

Reunião

Nesta segunda-feira (24), representantes da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes se reuniram com integrantes do MPRJ e da Polícia Federal. De acordo com a DPRJ, o encontro serviu para atualizar as informações sobre as investigações do crime, principalmente depois da prisão de Maxwell Simões CorrĂȘa.

"Os desdobramentos do caso também abrem a possibilidade para que outras linhas de investigação permitam aprofundar a apuração dos mandantes desse crime", diz a defensoria em nota.

O defensor público do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, FĂĄbio Amado, que estĂĄ à frente do caso, disse que "a reunião também foi crucial para reforçar a importância de garantir o acesso dos familiares à investigação, algo jĂĄ autorizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em abril deste ano".

Na reunião, Marinete da Silva, a mãe de Marielle, agradeceu aos investigadores pelo avanço nos trabalhos e revelou que a família ficou mais esperançosa com os últimos acontecimentos, mas aguarda pela definição de quem foi o mandante do crime.

"Vamos continuar lutando e agradecendo toda a equipe que tem se empenhado ao mĂĄximo para condenar e chegar aos culpados pelo assassinato de Marielle e Anderson. Estamos nas vésperas do aniversĂĄrio dela, dia 27 de julho, e a gente vai continuar na luta!"

O crime ocorreu no dia 14 de março de 2018, por volta das 21h30, na Rua Joaquim Palhares, no bairro do EstĂĄcio, na região central da capital. Os dois foram mortos a tiros dentro de um carro. A assessora também estava no veículo, mas sobreviveu aos ferimentos.

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Fonte: AgĂȘncia Brasil

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