Com objetivo de olhar com mais carinho para a situação socioambiental da Baía de Guanabara, a Universidade do Mar (Unimar) ainda não saiu do papel, mesmo sendo oficializada em março de 2022, como um Programa de Extensão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), sob a coordenação da Faculdade de Oceanografia (Faoc).

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A universidade ainda está com o obstáculos, pois envolve a cessão de uso da Ilha do Brocoió, residência governamental desativada em Paquetá. No local, estava prevista a criação de um centro de monitoramento de vulnerabilidade socioambiental da maior e mais degradada baía do estado do Rio de Janeiro. Organizações da sociedade civil exigem esclarecimentos sobre esse compromisso não honrado, que está prestes a completar dois anos.

Segundo o ambientalista Sérgio Ricardo, líder do Movimento Baía Viva, o projeto beneficiaria a vida de diversas pessoas.

"A Universidade do Mar é a única iniciativa concreta nesta Década do Oceano voltada para a restauração da Baía de Guanabara. Enquanto isso, os recursos da privatização da CEDAE foram gastos durante a última eleição, e o governo do estado está novamente endividado em mais de R$ 10 bilhões. A baía e as comunidades pesqueiras tradicionais continuam em crise, com o risco de extinção do boto-cinza, símbolo ecológico do RJ. Nos anos 1980, havia 800 botos na baía; hoje, restam apenas 24, de acordo com dados do projeto MAQUA da UERJ", disse Sérgio Ricardo.

A Baía de Guanabara sofre com o despejo irregular de esgoto das cidades da Região Metropolitana, com o número de embarcações abandonadas e à deriva da Baía e também com as águas de lastro e óleo diesel despejados no mar. Por conta disto, a vida marinha tem diminuído ao longo dos anos, prejudicando quem depende dessas águas.

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