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Polícia

PMs acusados de homicídio por arrastar mulher com a viatura são absolvidos após 10 anos

Policiais chegaram a ser alertados por pedestres sobre a situação, mas não pararam o veículo.

Por Breendon Santos 18/03/2024 às 20:20:43

Foto: Reprodução

Dez anos após a morte de Claudia Silva Ferreira, que foi arrastada por uma viatura da PM por 350 metros na Estrada Intendente Magalhães, na Zona Norte, após ser atingida por um disparo durante uma operação policial, os agentes acusados do incidente foram absolvidos pela Justiça.

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A investigação da Polícia Civil concluiu que o tiro que atingiu Claudia foi disparado do local onde estavam os policiais. No entanto, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal, considerou que, no momento em que a mulher foi baleada, os PMs estavam trocando tiros com traficantes. Ele afirmou que "os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida".

O capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, os quais estavam sendo julgados pelo homicídio, foram ambos absolvidos e responderam ao processo em liberdade. Após a absolvição, Boaventura foi nomeado superintendente na Vice-Governadoria do estado, conforme publicado no Diário Oficial no último dia 14.

Anteriormente, ele ocupava um cargo no Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Quanto ao sargento Bueno, ele permanece na PM, apesar de ter sido detido em 2020 sob a acusação de integrar uma milícia na Zona Norte do Rio.

Além disso, também foram absolvidos do crime de fraude processual, que consistia em remover o corpo de Claudia para modificar a cena do crime, os subtenentes Adir Serrano e Rodney Archanjo — ambos atualmente reformados —, o sargento Alex Sandro da Silva e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles. O juiz observou que "eles tentaram socorrer a vítima imediatamente, apesar de vários populares terem agido para impedir o socorro".

Na mesma decisão, o juiz determinou que Ronald Felipe dos Santos seja julgado pelo júri popular. Ele é acusado de ser o traficante envolvido no tiroteio com os agentes naquele dia e de ter disparado contra os policiais. A sentença foi proferida em 22 de fevereiro.

A vítima, uma auxiliar de serviços gerais com quatro filhos, foi atingida por tiros no pescoço e nas costas após sair de sua residência no Morro da Congonha, em Madureira, para comprar pão.

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