Algo essencial para a vida enfrenta problemas no Rio de Janeiro, que surgem com frequência nos dias de chuva, com alagamentos, e nos dias de sol, com o forte odor. O saneamento básico no Brasil é notoriamente deficiente, e no Rio de Janeiro não é diferente.

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Com destaque negativo em nível nacional, São Gonçalo figura entre as dez piores cidades no que diz respeito ao saneamento básico, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), conforme uma pesquisa divulgada na última quarta-feira (20).

Devido à falta de tratamento de esgoto, São Gonçalo enfrenta alagamentos constantes e transbordamentos dos rios no município, mesmo após uma chuva rápida. Diversos bairros são afetados, sendo Neves, Colubandê, Gradim, Marimbondo, Maria Rita e Porto Novo os mais problemáticos nesse aspecto.

Apesar do bilionário investimento proveniente da venda da CEDAE, o município de São Gonçalo parece ter destinado pouco para a área de saneamento, realizando apenas pequenas obras que parecem ter amenizado o problema, mas não resolvido. O MUVI é um dos exemplos disso. Mesmo com um sistema tecnológico e moderno de saneamento básico, áreas contempladas ainda sofrem com alagamentos.

A venda da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro) para a iniciativa privada gerou R$ 22,6 bilhões para os cofres públicos. O estado do Rio ficou com a maior parte, cerca de R$ 14,4 bilhões, enquanto pouco mais de um terço desse valor, cerca de R$ 7,7 bilhões, foi repassado para diversos municípios.

Entre os seis que receberam as maiores quantias, cinco estão entre os piores colocados no ranking, como São Gonçalo, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti e a cidade do Rio. Somente São Gonçalo recebeu R$ 1 bilhão, mas parece que o problema de saneamento básico não foi solucionado.

A Prefeitura de São Gonçalo informou que coleta e tratamento de esgoto e fornecimento de água são atribuições do Estado. Coube à Cedae a responsabilidade pelas ações em saneamento até 2021, quando transferiu tal atribuição para a concessionária Águas do Rio, a quem compete realizar os investimentos necessários no município.

A Prefeitura enfatiza que os recursos do leilão da Cedae – R$ 1.023.216.690,80 - estão sendo usados para diminuir o atraso de investimentos não apenas em saneamento, mas em outros setores, igualmente essenciais e de responsabilidade do Executivo municipal.

Tais recursos são finitos e estão sendo usados de forma planejada, a partir do Plano Estratégico Novos Rumos, que definiu cinco eixos de atuação e 34 metas a serem cumpridas pela atual gestão. Já foram investidos R$ 805.481.476,31, dos quais cerca de R$ 430 milhões em intervenções diretamente ligadas ao eixo "Cidade bem cuidada e organizada", onde se destacam as ações de saneamento.

Na área de saneamento, a Prefeitura segue investindo em obras de infraestrutura - macrodrenagem e drenagem em bairros inteiros, como Colubandê, Vista Alegre, Boaçu, Mutuá, entre outros, e contenção de encostas, limpeza de rios e canais, manutenção permanente de redes pluviais, hoje utilizadas irregularmente para coleta de esgoto, por ausência de rede para esta finalidade, a fim de minimizar os impactos dos alagamentos causados pelas chuvas, grave problema crônico que assola a cidade.

A Prefeitura também investe no reforço nos serviços de coleta de lixo, para reduzir os impactos dos resíduos sólidos descartados, e está implantando a coleta seletiva no município, já tendo inaugurado dois ecopontos e com previsão de abrir mais três ainda este ano.

O município também está investindo os recursos da Cedae na área de Saúde, outro setor crítico e com alta demanda. Já construiu e colocou em funcionamento um centro de imagens, um hospital referência em cirurgias cardíacas e oncológicas e uma clínica da família no Colubandê, está ampliando o Hospital da Retaguarda, já reformou e ampliou mais de 30 unidades da Atenção Básica.

Em Educação, entregou uma creche em horário integral em Marambaia e outras três estão com obras em andamento. O município também já inaugurou a Central de Segurança de São Gonçalo, com monitoramento por câmeras em toda a cidade.

A concessionária Águas do Rio assumiu os serviços de saneamento básico no município com a obrigação de realizar investimentos. De acordo com o que foi pactuado no leilão de concessão dos serviços da Cedae, a Águas do Rio tem que investir R$ 750 milhões para tratamento de água e esgoto nos próximos cinco anos. Portanto, o município segue investindo naquilo que lhe cabe como ente público, atendendo as demandas das suas atribuições legais.

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