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Cidades

Família de menina morta por bala perdida há um ano fará homenagem à criança

Os pais de Ester irão ao memorial do Rio de Paz, onde está o nome da filha e de outras crianças assassinadas

Por Redação 04/04/2024 às 13:38:53

Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (5), faz um ano que Ester de Assis Oliveira, na época com 9 anos, foi morta por um tiro de bala perdida, na comunidade onde morava, em Madureira, Zona Norte do Rio. A menina foi atingida quando saía da escola e comia um pedaço de bolo dado no colégio em comemoração pela Páscoa. Na ocasião, havia confronto entre traficantes dos morros do Cajueiro e Serrinha.

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No tiroteio, também morreu o entregador de gás João Vítor Pereira Brander, de 19 anos, e três pessoas ficaram baleadas.

Nesta sexta, dia 5, às 8h, a família de Ester irá ao cemitério de Irajá, onde Esther foi sepultada. Lá, colocarão flores no túmulo da menina. "Sempre vou lá colocar flores e conversar com ela. Me sinto um pouco melhor quando faço isso", disse a mãe, Thamires Assis.


Depois, a família seguirá para o memorial do Rio de Paz, na Lagoa, onde o nome de Ester está afixado junto a outros nomes de crianças assassinadas por armas de fogo, a maioria delas moradoras de favelas e mortas por bala perdida. A ONG mantém esse mural desde 2015. "Queremos soltar balões brancos não só para ela mas para todas as crianças mortas que têm o nome lá", contou Thamires.

Ester é uma das 15 vítimas entre 0 e 14 anos mortas por armas de fogo, a maioria bala perdida, que o Rio de Paz contabilizou em 2023, o ano com o maior número de casos registrados pela ONG. A organização acompanha essas ocorrências desde 2007 e, desde então, já tem 108 nomes.

"Se a face mais hedionda da criminalidade no Rio de Janeiro, a morte de crianças pobres por bala perdida, não mobiliza a sociedade e o poder público para uma radical mudança em todo o sistema de segurança pública do Estado, não sabemos mais o que pode nos mobilizar para evitar esse banho de sangue", disse o fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa.

No mural da Lagoa também constam os nomes de policiais assassinados, muitos deles em serviço.

MANIFESTAÇÃO

Logo após a morte de Ester, o Rio de Paz fez um protesto em Copacabana com um urso de pelúcia. O brinquedo, que a menina gostava, se tornou o símbolo dessa tragédia após a divulgação de uma imagem de Thamires, mãe de Ester, que chocou a todos: ela, chorando, abraçada ao ursinho da filha, no IML, quando foi reconhcer o corpo da menina. A foto é do fotógrafo Fabiano Rocha, do Extra, e foi capa do jornal.

A manifestação seguiu depois para o Palácio Guanabara e Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em frente aos dois prédios do poder público, o Rio de Paz cobrou solução para a morte de Esther e para os casos de crianças mortas por balas perdidas, pediu ao governador do estado, Claudio Castro, amparo para a família da menina, e também cobrou dele um programa de segurança pública para o Rio. Mas, até hoje a ONG não teve nenhuma resposta das autoridades públicas.

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