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Polícia

Operação na Vila Cruzeiro, que deixou 23 mortos, completa 1 mês

Por Wanessa Dias 24/06/2022 às 15:50:29

Foto: Diego Reis

A segunda operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro completa um mês nesta sexta-feira (24). A operação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal no Complexo da Penha terminou com 23 mortos e ficou conhecida como Chacina da Vila Cruzeiro. A operação de 24 de maio também obrigou postos de saúde a suspenderem as atividades e deixou mais de 30 escolas fechadas.

O episódio chamou a atenção da imprensa internacional pelo elevado número de mortos, mas não foi um caso isolado. Somente em 2022, foram 17 chacinas policiais na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. 86 pessoas foram mortas nestes casos.

"Há quanto tempo vemos essas situações? E vemos isso porque a aposta é nas mesmas soluções falidas. Olhamos capas de jornais de décadas atrás e elas estampam as mesmas manchetes: operação policial em lugar tal deixou x mortos. Não há como ter resultado diferente. Este governo tem mais de três anos, já é candidato à reeleição, e até hoje não apresentou um plano de segurança que realmente faça diferença na vida da população", questiona Cecília Olliveira, diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado.

Nos últimos seis anos, houve 239 chacinas policiais no Grande Rio, deixando 957 civis mortos no total, segundo Instituto Fogo Cruzado.

Zona Norte, região mais afetada

Moradores da Zona Norte do Rio de Janeiro são os que mais sofrem com os episódios de chacinas. As duas operações policiais mais letais do Rio de Janeiro ocorreram na Zona Norte. No dia 6 de maio de 2021, uma operação da Polícia Civil no Jacarezinho terminou em chacina com 28 mortos, entre eles o policial civil André Frias, além de cinco outros feridos. A operação afetou a rotina de moradores, traumatizou crianças que presenciaram tudo e parou a circulação da população pela cidade.

Em 2022, já aconteceram seis chacinas policiais na região, resultando em 46 mortos. O número de casos representa quase um terço do acumulado em toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Para Cecília Olliveira, o impacto destas operações vão além das mortes. "Crianças precisam fazer tratamento psicológico por presenciarem cenas de violência, passageiros que são baleados dentro de metrô, mães que perdem emprego porque não conseguem ir ao trabalho, e por aí vai. Não é só uma operação. Não é só as pessoas procuradas. É a sociedade toda".

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