O leilão da Cedae rendeu mais de R$ 22 bilhões para os cofres públicos. Deste valor, foi destinado para a cidade de São Gonçalo R$ 1 bilhão. Parte da "bolada" foi destinado para uma das áreas que tem sido muito cobrada pelos gonçalenses, a área da saúde.

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Foi verificado que a Secretaria de Saúde gastou R$ 6 milhões para comprar mesas, cadeiras e armários para várias unidades de saúde, mas o que chamou a atenção, foi que a compra foi realizada sem licitação, usando uma consulta de preços que já deu problema com órgãos de controle e com preços acima dos praticados no mercado.

O preço de alguns itens, como uma cadeira giratória de diretoria que custou mais de R$ 3 mil. A mesma cadeira pode ser encontrada no mercado por R$ 2,1 mil. Ao todo, foram compradas 18 delas. A compra dos objetos e itens de infra-estrutura para área da saúde foi realizada entre abril e junho do ano passado.

Um armário foi comprado por quase R$5 mil. Foram comprados 22 unidades. No total foram gastos R$108 mil, só com esse tipo de armário (R$108.878,00). Em um fornecedor que atende o estado do Rio, o armário da diretoria pode ser encontrado por R$ 1,8 mil. Os mesmos 22 armários sairiam por 41 mil e quinhentos. O que aponta um possível sobrepreço de 67 mil reais só neste item.

A venda foi feita pelo consórcio chamado Edutec, na qual três empresas fazem parte, sendo elas a Hawai 2010, de São Gonçalo, a ATC, de Minas Gerais, e a Polibox, de Santa Catarina. A compra foi realizada com a Edutec.

A empresa Hawai 2010 já foi alvo de investigações do ministério público por contratos com a prefeitura de Búzios, e em 2017 teve R$ 3 milhões bloqueados das suas contas.

Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo informou que o prefeito Capitão Nelson determinou nova avaliação da contratação da ata de registro de preços dos itens adquiridos em processo de compras de mobiliário para as unidades de saúde, em 2022, pela Secretaria de Saúde. Ele solicitou uma auditoria imediata, por técnicos de outras secretarias, para apuração dos fatos, a fim de que não haja quaisquer dúvidas em relação à lisura do processo, questionado em denúncia.

A Secretaria de Saúde informou que não houve irregularidades no processo e explica que os móveis foram escolhidos de acordo com as especificações técnicas contidas na ata de preços utilizada, dentro da legalidade e com valores de mercado. Informou também que os preços inferiores apresentados na denúncia não se referem aos móveis comprados pelo município.

Tentamos contato com a Hawai 2010, mas não tivemos resposta até a publicação desta matéria.

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