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PolĂ­tica

TSE cassa mandato do deputado Deltan Dallagnol

Ex-procurador terĂĄ de deixar o cargo imediatamente

Por Redacao 17/05/2023 às 04:42:40

Foto: Divulgação / Câmara dos Deputados

Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira (16) cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Pode-PR). Deltan atuou como chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e, após deixar o cargo, foi o deputado mais votado do ParanĂĄ nas eleições de 2022, com 344 mil votos. Cabe recurso da decisão, mas Deltan Dallagnol terĂĄ de sair do cargo eletivo, ocupado hĂĄ trĂȘs meses.

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A decisão deverĂĄ ser cumprida imediatamente e os votos recebidos pelo parlamentar na eleição serão computados para a legenda.

A elegibilidade de Deltan foi contestada pela federação formada pelo PT no estado e o candidato a deputado Oduwaldo Calixto (PL). Antes de chegar ao TSE, a inelegibilidade de Deltan foi rejeitada pela Justiça Eleitoral do ParanĂĄ. Ambos sustentaram que o ex-procurador não poderia concorrer às eleições por ter sido condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no caso das diĂĄrias pagas à força-tarefa.

Além disso, segundo a acusação, Deltan também não poderia ter concorrido por ter saĂ­do do Ministério PĂșblico Federal (MPF) durante a tramitação de processos administrativos disciplinares contra ele no Conselho Nacional do Ministério PĂșblico (CNMP).

Voto do relator

O relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, votou pela cassação do mandato de Deltan Dallagnol.

O ministro disse que o ex-procurador pediu exoneração do MPF no dia 3 de novembro de 2021, quando jĂĄ havia sido condenado pelo CNMP a pena de censura e de advertĂȘncia e ainda tinha 15 procedimentos diversos em tramitação desfavorĂĄveis a ele no órgão.

Para o ministro, o objetivo de Deltan foi fazer "uma manobra" para evitar a perda do cargo e o enquadramento na Lei da Ficha Limpa.

"A partir do momento em que foi apenado com advertĂȘncia e censura, não hĂĄ dĂșvida de que elas passariam a ser consideradas em PADs de outras infrações disciplinares, aproximando da pena de demissão", afirmou.

De acordo com a norma, são inelegĂ­veis, pelo prazo de oito anos, membros do Ministério PĂșblico que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração durante a tramitação de processo disciplinar.

O relator ressaltou ainda que, conforme a lei eleitoral, Deltan só poderia deixar o MPF seis meses antes das eleições para participar do pleito. "O recorrido agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou uma série de atos para obstar processos disciplinares contra si, e, portanto, elidir a inelegibilidade", concluiu.

Defesa

O advogado Leandro Rosa, representante de Deltan, disse que o deputado estava apto a concorrer às eleições e que a decisão do TCU contra ele foi suspensa por uma liminar da Justiça Federal em Curitiba.

O advogado afirmou ainda que o pedido de exoneração feito pelo ex-procurador foi realizado após o CNMP fornecer uma certidão que confirmou não haver processos em andamento contra ele.

A defesa confirmou que o ex-procurador recebeu pena de advertĂȘncia e de censura pelo conselho, mas as penas foram cumpridas e o processos encerrados.

"Deltan formalizou seu pedido de exoneração, porque o seu órgão de fiscalização disse que ele não tinha nenhum processo disciplinar aberto", disse.

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Fonte: Agencia Brasil

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