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PolĂ­tica

Senadores classificam live de Bolsonaro sobre urna eletrônica como ataque à democracia

Em transmissão ao vivo pela TV Brasil, Bolsonaro exibiu vĂ­deos e teorias que jĂĄ foram desmentidos pelo Tribunal Superior Eleitoral

Por Wanessa Dias 30/07/2021 às 18:55:36

Foto: Reprodução / TV Brasil

Senadores criticaram, pelas redes sociais, live realizada pelo presidente Jair Bolsonaro em que ele voltou a dizer, sem apresentar provas, que houve fraude nas eleições de 2018. Para eles, a transmissão ao vivo feita na noite de quinta-feira (29) foi "constrangedora". E a classificaram como um "grave" ataque ao sistema democrĂĄtico brasileiro.

"Bolsonaro fez acusações gravíssimas e criminosas, mostrando vídeos que jĂĄ foram desmentidos, contra a Justiça Eleitoral. Foi grotesca a live de Bolsonaro e um grave ataque à democracia. Ao usar recursos públicos, uma TV pública e a cadeira presidencial para disparar acusações contra instituições e o processo democrĂĄtico, ele avança em sua tĂĄtica golpista. Precisamos reagir!", alertou o líder do PT, senador Paulo Rocha (PA).

O presidente havia prometido apresentar durante a transmissão provas de que houve fraudes nas eleições de 2018, no entanto, voltou a exibir vídeos e teorias que circulam hĂĄ anos pela internet e que jĂĄ foram desmentidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), ao agir dessa maneira, o mandatĂĄrio se tornou alguém "sem nenhuma credibilidade".

"Em uma live com vídeos requentados e teorias delirantes, o presidente não provou absolutamente nada contra as urnas eletrônicas. Mais um blefe para uma plateia cada vez menor e mais radical. É o remake da cloroquina", criticou.

De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), "as teorias conspiratórias" apresentadas por Bolsonaro são criadas pelo próprio mandatĂĄrio para desestabilizar a democracia.

"Não sei o que é pior: um presidente tão estúpido que acredita em teorias conspiratórias de WhatsApp ou um tão canalha que inventa as teorias conspiratórias de WhatsApp. No final das contas dĂĄ no mesmo, são ataques diĂĄrios contra a democracia. É uma doença que vamos curar no voto", afirmou.

Crime de responsabilidade

Na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), o presidente não pode levantar suspeitas sobre o sistema eleitoral e seguir impune. Ele acusou o mandatĂĄrio de ter cometido crime de responsabilidade ao fazer a afirmação e transmiti-la na TV Brasil. O conteúdo foi exibido ao vivo na TV estatal, com uso de equipe e a grade da emissora.

"Bolsonaro fez uma TV pública transmitir ao vivo suas mentiras e cometeu um claro crime de responsabilidade, ameaçando o sistema democrĂĄtico no país. Foi o maior ataque ao direito de voto desde a redemocratização. E o mais grave: usando a estrutura do Estado brasileiro para isso", acusou.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) reforçou as críticas.

"Não temos provas, mas indícios, diz Jair Bolsonaro em mais uma tramoia contra o Brasil. A consequĂȘncia mais grave dos 'indícios' que a Lava Jato tinha contra o Lula é termos esse embuste como presidente e tantas vidas perdidas por ambição", reforçou.

JĂĄ o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) replicou em uma rede social a defesa do presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, ao modelo de votação eletrônico, que vigora no Brasil desde 1996.

"'Uma fraude exigiria que muita gente no TSE estivesse comprometida. Ia ser uma conspiração de muita gente. Não hĂĄ precedente e não hĂĄ razão para se mexer num time que estĂĄ ganhando', afirmou o também ministro do STF. E vocĂȘ, concorda com ele? Ou é a favor da retomada do voto impresso?", questionou o senador aos seus seguidores.


Fonte: AgĂȘncia Senado

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