PROSKUNEO!

Descubra o verdadeiro sentido da adoração a Deus

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"Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores" (João 4.23).

Proskuneo é uma palavra grega traduzida em nossas versões da Bíblia como "adorar". Mas ela também possui o sentido de "ajoelhar-se", "prostrar-se". Desta maneira, se nos consideramos verdadeiros adoradores do Senhor, precisamos ter a atitude de nos prostrar ante os Seus pés, reconhecendo Sua grandeza e soberania infinitas em nossas vidas.

Poucos cristãos se dão conta de uma verdade bíblica grandiosa: Deus, desde o Éden, Se inclinou para falar com o homem, tal qual um pai amoroso diante de uma criança, olhando diretamente nos seus olhinhos. Ainda no Éden, Deus procurava Adão nos fins da tarde para conversar com ele (Gênesis 3.8). Mas o pecado rachou essa comunhão (Isaías 59.2). Por causa disso, o Pai mais uma vez Se inclinou para alcançar a humanidade. Ele fez isso ao enviar Jesus (João 3.16), Seu Filho único e precioso, como um presente de salvação e reconciliação para o homem. Jesus, por Sua vez, amou tanto a humanidade que deu Sua própria vida (João 10.18), tornando-se um servo dos homens (em grego, diaconos, Marcos 10.45).

Quando lavou os pés de Seus discípulos na última ceia de páscoa (João 13.1-20), Jesus representou a disposição do Pai desde a eternidade. O Mestre deixou a mesa e, como anfitrião, cingiu-se com uma toalha, lavando os pés dos discípulos. Assim fez para responder a uma discussão entre eles sobre quem seria o maior no Reino de Deus (Lucas 22.24). É como se pairasse naquele ambiente o que foi dito por Pedro, anos depois, em sua primeira carta: "Humilhai-vos sob a potente mão de Deus, para que ele em tempo oportuno vos exalte" (1Pedro 5.6). Pedro aprendeu a lição.

Na cultura oriental do primeiro século, o ato de lavar os pés era uma tarefa destinada a servos. Como anfitrião e Senhor, Jesus não deveria fazer aquilo (João 13.13,14). Contudo, Ele fez e ilustrou a disposição divina, no que diz respeito à salvação dos homens – comunhão (igual com Adão no Éden) e humildade (como homem habitou entre nós).

Paulo foi ainda mais além com este conceito. Ele nos informa que Cristo Se esvaziou (em grego, kenos, Filipenses 2.6,7) e Se tornou servo dos homens (em grego, doulos, Filipenses 2.7). A frase traduzida como "não julgou como usurpação o ser igual a Deus" traz, na verdade, a seguinte ideia, no original grego: Jesus tinha consciência de Sua forma (em grego, morphê) divina, e todos os privilégios inerentes a esta condição, mas não era algo a que Ele deveria Se apegar. Observe o contraste com Adão, que não era Deus, mas se apegou à ideia pecaminosa de desejar ser como Deus (Gênesis 3.5). Jesus é Deus (Hebreus 1.5-9), mas abriu mão temporariamente de alguns de Seus atributos divinos – tal como a onipresença – para que pudesse viver, de modo pleno, a experiência de ser humano. Ele, portanto, inclinou-se diante da humanidade, para poder resgatar-nos.

Diante deste ato divino tão significativo, só nos resta a sujeição a esse Deus. Ele é Senhor! Aleluia!

E humildes, de joelhos, em verdadeira e sincera adoração, reconheçamos o Seu sacrifício eterno por nós.

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DEIVINSON BIGNON é Pastor Congregacional, mestre em Ciências da Religião, teólogo, professor de Hebraico Bíblico e Exegese Bíblica, escritor, integrou a equipe de revisores da Bíblia de Estudo Mathew Henry e é publisher da Editora Contextualizar, com vasta experiência em publicação para autores evangélicos iniciantes.