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O SENHOR DOS SONHOS

A história de José nos ensina sobre a fidelidade de Deus

Por Deivinson 10/09/2022 às 21:18:41
Foto de Andrea Piacquadio: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-do-homem-adormecido-3771069/

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"E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador!" (Gn 37.19).

Os sonhos humanos nem sempre são compatíveis com a vontade de Deus, que está sempre além das melhores expectativas humanas. Sonhamos apenas com o que está ao alcance da nossa limitada visão; mas Deus enxerga além do que podemos imaginar, alargando os estreitos horizontes de nossa experiência terrena. Sendo assim, o que fazer, já que a vontade de Deus diverge frontalmente dos anseios do homem? Pode um ser mortal atingir a meta proposta por alguém que é eterno? A mente humana perscrutará algum dia a vontade de Deus?

O PASTOR MARTIN LUTHER KING JR

No dia 28 de agosto de 1963, numa manifestação de protesto em Washington DC, o reverendo Martin Luther King Jr. pronunciou o seu histórico discurso, intitulado "Eu tive um sonho". Sua voz vibrante rasgou a mortalha do preconceito racial, confeccionada por seres humanos que não sonhavam segundo a vontade de Deus. Os evangélicos americanos orgulhavam-se de conhecer o Senhor e de servi-lo todos os fins de semana; mas só um pastor teve coragem suficiente para pagar o amargo preço, que foi o de dizer a todos que o seu coração sangrava pelos direitos dos negros. Teria ele ousado sonhar segundo a vontade de Deus?

No dia 4 de abril de 1968, cinco anos após aquele memorável pronunciamento que ajudou a mudar a história dos Estados Unidos da América do Norte, Luther King foi assassinado na cidade de Memphis. Apenas um tiro tirou-lhe a frágil vida, mas seu sonho de igualdade racial foi maior. O sangue do pastor batista, clamando por justiça, minou as estruturas de um regime totalmente anticristão, que tristemente ainda vigorava numa nação que se dizia cristã. Será que ainda encontramos vozes sonhadoras como a deste herói verdadeiramente cristão? Que ousem bradar justiça e amor entre os povos?

QUEM FOI O "SENHOR DOS SONHOS"?

A Palavra de Deus está repleta de sonhadores. Foram os heróis da Bíblia, mas não como semideuses perfeitos. Sua trajetória descortina-se aos nossos olhos como a de seres humanos normais. Embora falhos, venceram a própria mediocridade pela fé, rompendo todas as barreiras levantadas contra os propósitos do Senhor. Todos esses sonharam segundo a vontade de Deus, mas só um marcou a sua geração como o "senhor dos sonhos".

Em Gênesis 37.19, José do Egito é chamado de "sonhador" por seus irmãos. Assim fizeram em tom de deboche. Em hebraico, a expressão ba"al halom significa literalmente "senhor dos sonhos". Juntando-a numa tradução livre ao que provavelmente disseram os irmãos de José, poderíamos ouvir deles o seguinte: "Lá vem o grande sonhador, o senhor de todos os sonhos!". E José realmente sonhava, mas não com o que vinha dos recônditos de seu inconsciente, muito menos como resultado do que comia antes de dormir. Seus sonhos eram dados por Deus. Os irmãos já lhe tinham ódio por ser o preferido de Jacó, e mais agora com esses sonhos estranhos. Até o pai andava com a pulga atrás da orelha devido aos sonhos esquisitos do filho, pois chegou a repreendê-lo. Inocente da inveja inconsequente e mortal dos irmãos, José ousou falar sobre seus sonhos e pagou um preço altíssimo para poder sonhá-los.

Em Jeremias 23.28, está escrito: "O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo?, diz o Senhor". Este versículo nos traz um princípio muito importante sobre a proclamação das palavras de Deus. Quem ousa falar em nome do Senhor deve ter certeza de que as suas palavras sejam mesmo o trigo substancial da mensagem de Deus, e não a palha dos devaneios do coração. Em caso de dúvida, o profeta deve ser honesto e relatar seu sonho apenas como sonho, sem valorizá-lo como um oráculo de Deus.

"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor" (Jr 23.16).

José sabia falar a linguagem dos sonhos. Por isso, Deus Se revelou a ele e confidenciou o seu futuro – uma trajetória de prosperidade, na qual até os seus pais e irmãos se inclinariam diante dele. Por ser um filho justo e íntegro diante do seu pai, José foi perseguido pela inveja dos irmãos. Chegaram a vendê-lo como escravo. Para que Jacó pensasse que José havia morrido, deram-lhe a túnica de várias cores manchada de sangue de um cabrito, a mesma que o pai dera ao filho preferido. E Jacó muito chorou. Nem se passava por sua mente que a "morte" de José possibilitaria a glória e salvação de Israel.

AMPLIE SUA VISÃO

A história de José ensina-nos sobre a fidelidade de Deus, cuja vontade, quando é implantada em nosso coração, supera os reveses e transformam a nossa história. Existem aqueles que se dizem nossos irmãos na fé, mas são verdadeiros assassinos dos sonhos que o Senhor colocou em nosso coração. Precisamos estar atentos, a fim de não deixarmos que a vontade de Deus se frustre em nossas vidas. Não podemos deixar o Espírito do Senhor se extinguir em nosso ser: "Não extingais o Espírito", diz a Palavra (1Ts 5.19). Não limitemos o poder divino, pensando somente nas coisas cá de baixo, sonhemos alto.

Temos que passar pela vida já com a visão de que ela é eterna e que as sementes que plantamos hoje serão colhidas ao longo dos anos – e, principalmente, na eternidade. O sonhador sempre colhe o que semeia. José passou por apertos, injustiças e até prisões, mas manteve-se firme em seus sonhos, que se estenderam até aos seus restos mortais. Seus ossos ficaram intactos durante 400 anos no Egito, atravessassem os 40 anos no deserto com Moisés e, por fim, foram enterrados na Terra Prometida por Josué. Mas isso porque José sonhou tal desfecho: "Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos" (Hb 11.22). Isso que é visão! Ele desfrutou da prosperidade dos seus sonhos em vida, e nem a morte o fez parar de semear boas sementes. Nós também somos uma geração de sonhadores. Cultivemos sonhos debaixo da unção do Espírito Santo. Sejamos também apelidados de "senhores dos sonhos" que estão de acordo com a vontade de Deus!

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DEIVINSON BIGNON é Pastor Congregacional, mestre em Ciências da Religião, teólogo, professor de Hebraico Bíblico e Exegese Bíblica, escritor, integrou a equipe de revisores da Bíblia de Estudo Mathew Henry e é publisher da Editora Contextualizar, com vasta experiência em publicação para autores evangélicos iniciantes.



TODOS OS SEGREDOS DO SALMO 23 REVELADOS DIRETO DA BÍBLIA HEBRAICA

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