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Vida feliz

UM ALEGRE ESTILO DE VIDA

Apesar das lutas e sofrimentos da vida, o cristão pode experimentar as vitórias prometidas aos que creem

Por Deivinson 26/07/2022 às 10:03:40
Foto de Pixabay: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-em-close-de-bebe-chorando-47090/

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O ser humano não tem medido esforços na busca pela felicidade. Algumas pessoas chegam a alimentar a vã expectativa da plena felicidade. E nesse objetivo se obrigam a ficar sempre alegres. Mas como viver sempre alegre num mundo estressante como o nosso? Há toda uma complexidade de fatores psicológicos que entram em jogo quando o assunto é a felicidade. Inconscientemente, eles podem determinar o estilo de vida que escolhemos – seja ele alegre ou triste.

Na verdade, é impossível viver sem enfrentar momentos de tristeza e frustração. E o modo com que lidamos com os problemas define o quanto somos afetados por eles. A esse respeito, podemos aprender um pouco com o apóstolo Paulo, um gigante da fé em meio às intempéries da vida. Quando estava preso em Roma, esperando o próprio julgamento, Paulo escreveu a carta aos filipenses, que ficou conhecida como a carta da alegria. Nela, o apóstolo aos gentios recomendou com insistência: "Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos" (Filipenses 4.4).

Como Paulo pôde permanecer alegre se estava acorrentado numa prisão fria e desconfortável? De que maneira nós também podemos ficar alegres, apesar de as circunstâncias ao redor não nos convidarem a sorrir? O segredo está no modo como mentalmente processamos a realidade. Os estudiosos do comportamento humano definem a alegria como um estado de júbilo interior, de euforia e contentamento. Ou seja, é um estado de espírito. Daí, muita gente confundir alegria com uma excitação ocasional relacionada a aquisições materiais ou divertimentos. Vivem aparentemente felizes, em seus carrões importados ou relatando as viagens empolgantes que fizeram. Mas, longe de Deus, muitas escondem um tremendo vazio em seu coração, porque buscam a alegria em fontes erradas, cavando "cisternas rotas" (Jeremias 2.13).

MOMENTOS DE TRISTEZA

A verdadeira alegria não corresponde necessariamente a momentos agradáveis ou favoráveis, senão à escolha deliberada por um estilo de vida alegre. Não foi exatamente o que nos disse o apóstolo Paulo: "Regozijai-vos sempre..."?

A Bíblia não é omissa quanto ao tema tristeza. Claramente, ela nos diz sobre os momentos de tristeza que podem afetar a fé do cristão verdadeiro. O mundo, segundo a Bíblia, está mergulhado no maligno (1João 5.19). Quando usou essa expressão, o apóstolo João referiu-se ao sistema mundano comprometido com o plano de destruição do ser humano, arquitetado pelo diabo. Nada mais óbvio ao nosso redor, às vezes nos afetando direta ou indiretamente. Dor e sofrimento na alma das pessoas.

Jó, com muita propriedade, fala-nos sobre a miséria humana: "O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação" (Jó 14.1). A frenética vida moderna, limitada aos ponteiros de um relógio, tem feito as pessoas adoecerem, física e emocionalmente. O estresse resultante do trânsito caótico reflete-se na quantidade das vidas ceifadas por conta de ataques cardíacos. Os nossos poucos dias são cheios de inquietação por um único motivo: a deterioração causada pelo pecado em toda a criação (Romanos 1.24-32; 8.19-23). Devido a esta calamidade universal, até mesmo o cristão sincero enfrenta tribulações em sua vida. Alguns chegam inclusive a lutar contra a depressão. A oração do salmista é o retrato fiel desse estado de alma: "Cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza" (Salmo 116.3). Mesmo confiando no Senhor, sentiu os cordéis da morte e caiu em depressão. Mas, no versículo 4, o salmista tomou a melhor das atitudes: "Então, invoquei o nome do SENHOR, dizendo: Ó SENHOR, livra a minha alma!". Optou por um estilo de vida que certamente resultou em satisfação e alegria plenas.

Está mais do que claro, segundo a Bíblia, que os cristãos também passam por provas e lutas. Jesus mesmo disse: "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16.33). Mas, ainda de acordo com a Bíblia, cada uma dessas lutas é para o nosso proveito. É o modo de o Senhor nos tratar. Nas batalhas é que são forjados os verdadeiros soldados, preparando-os para a guerra, onde terão finalmente a grande vitória. O Senhor "corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho" (Hebreus 12.6).

Verdade dura, esta de que a correção muitas vezes dói. Nem todos estão dispostos a sofrê-la. Mas precisamos entender que o Senhor nos conhece de verdade. Ele sabe o que é melhor para o nosso crescimento na fé. Jó falou sobre a importância da disciplina divina: "Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus castiga; não desprezes, pois, o castigo do Todo-poderoso" (Jó 5.17). Seu testemunho foi confirmado mais tarde, nestas palavras: "Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó SENHOR, e a quem ensinas a tua lei" (Salmo 94.12).

GLÓRIA APÓS O SOFRIMENTO

Maravilhosa é a revelação de Tiago e Pedro sobre a glória que está disponível para aqueles que sofrem por amor do Senhor. Primeiramente Tiago: "Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso" (Tiago 5.11). Tiago dá testemunho de Jó, das bênçãos duplicadas que recebeu das mãos de Deus. O mesmo acontece hoje com o cristão sincero que suporta com humildade a correção do Senhor: quando passar pela prova, receberá bênçãos sem medida em sua vida!

Pedro afirmou: "Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus" (1Pedro 4.14). Fica bem claro que o Espírito da glória de Deus só repousa no cristão que está sendo perseguido por causa do nome de Cristo. Há pessoas que passam por lutas decorrentes de seus próprios erros e se dizem perseguidos por causa de Cristo. Por isso não têm direito às bênçãos reservadas somente para aqueles que verdadeiramente sofrem por amor a Cristo.

Quando o cristão sincero fraqueja na fé por causa de alguma luta, o Espírito Santo vem em seu socorro e o exorta à luz da Palavra de Deus: "... não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força" (Neemias 8.10). Essa é uma alegria diferente, porque independe das circunstâncias, pois vem diretamente de Deus. Ele se revela como o nosso "socorro bem presente na angústia" (Salmo 46.1). Ao longo de toda a Bíblia, encontramos relatos de momentos terríveis de provação suportados pelos servos do Senhor. Mas Deus os abençoou, derramando sobre eles a "paz que excede todo o entendimento" (Filipenses 4.7).

A Bíblia também nos fala da fé inabalável e da unção de alegria e exultação que sustentou o profeta Habacuque na terrível expectativa de padecer pela fome, numa calamidade nacional (Habacuque 3.17,18). O verbo exultar tem um forte significado. Exultar é bradar de alegria, pois a pessoa não consegue se conter, tamanha a unção de alegria que recebe do Senhor. Jesus usou este mesmo verbo quando profetizou sobre as perseguições futuras a Seus discípulos: "Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós" (Mateus 5.12). Portanto, alegre-se, ainda que cometam injustiças contra você e o persigam por causa do testemunho de Jesus. Tenha a mesma atitude dos apóstolos quando encararam a perseguição: "Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus" (Atos 5.41).


UNÇÃO DE ALEGRIA

Que fé é esta que motivou os servos de Deus a se regozijarem diante da mais dura perseguição? Essa mesma fé sustentou Paulo e Silas na prisão, depois de serem açoitados cruelmente (Atos 16.25). Estavam acorrentados no tronco, um instrumento romano de prisão e tortura. Era uma armação de madeira com uma série graduada de buracos nos quais eram colocados os pés, obrigando o preso a manter as pernas abertas, numa incômoda e dolorosa posição. Pois foi nesta situação extrema que Paulo e Silas ousaram louvar a Deus. Que testemunho extraordinário diante dos prisioneiros e do carcereiro! Após o terremoto operado por Deus, todos os presos permaneceram imóveis como estátuas. Nenhum deles fugiu. O milagre aconteceu porque a alegria do Senhor invadiu aquela prisão e contagiou a todos os presentes. Aleluia!

O tema alegria nas tribulações foi desenvolvido por Paulo de maneira aparentemente paradoxal. Segundo ele, os apóstolos viviam "como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo" (2Coríntios 6.10). Como ser contristado e, ao mesmo tempo, alegre? Um pobre enriquecer a muitos? Esses aparentes paradoxos são concebidos por aqueles que tiveram a visão regenerada pela graça de Cristo. Independentes das circunstâncias, eles estão dispostos a abençoar outras vidas. Essa era a postura ministerial que trazia verdadeiro regozijo espiritual para o apóstolo dos gentios: "Regozijo-me, agora, no que padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja" (Colossenses 1.24).

E a Bíblia continua com mais relatos de aparentes contradições. Cristãos fervorosos em Deus tiveram grande alegria quando os seus pertences foram roubados: "Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente" (Hebreus 10.34). O que motivou aqueles cristãos a abrirem mão de suas possessões terrenas foi a certeza de que estavam salvos em Cristo. Havia neles a convicção de que receberiam futura recompensa no céu (Mateus 5.11,12; 6.19-21; Hebreus 11.10,13-16,26,35; 13.14; Romanos 8.18).

Para terminar, uma promessa maravilhosa feita àqueles que sofrem provas severas por amor a Cristo: "Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" (1Pedro 4.12,13).

Nota-se a sintonia das palavras de Pedro com a vida de Paulo. O apóstolo dos gentios experimentou todo tipo de aflições. Cristo sofreu na cruz para fazer expiação por nossos pecados. A fim de transmitir essa boa nova ao mundo, Paulo experimentou com alegria alguns sofrimentos. Agiu assim porque sabia que a sua alegria só seria, de fato, completa quando fosse transformado e depois revestido da glória de Cristo (2Coríntios 5.2,4).

Paz e bênçãos sobre a sua preciosa vida...

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DEIVINSON BIGNON é Pastor Congregacional, mestre em Ciências da Religião, teólogo, professor de Hebraico Bíblico e Exegese Bíblica, escritor, integrou a equipe de revisores da Bíblia de Estudo Mathew Henry e é publisher da Editora Contextualizar, com vasta experiência em publicação para autores evangélicos iniciantes.

TODOS OS SEGREDOS DO SALMO 23 REVELADOS DIRETO DA BÍBLIA HEBRAICA

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