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Dieta & Saúde

ESTEATOSE HEPÁTICA OU GORDURA NO FÍGADO

VOCÊ TEM O FÍGADO GORDO?

Por Dieta & Saúde 27/08/2020 às 13:34:26
Saiba mais lendo a coluna.

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ESTEATOSE HEPÁTICA (Gordura no fígado)

O fígado é um órgão do corpo humano essencial, sendo responsável por várias funções fundamentais para manutenção do organismo. A gordura no fígado é cada vez mais frequente nas pessoas. Isso se deve principalmente, ao estilo de vida pouco saudável que predomina nessas cidades e a um padrão alimentar baseado em itens industrializados, ricos em gorduras e carboidratos, aliado ao sedentarismo, o que faz com que os fatores desencadeadores dessa doença se tornem cada vez mais predominantes na sociedade.




A Esteatose hepática, popularmente conhecida como "Gordura no Fígado", é um problema de saúde que acontece quando as células do fígado são infiltradas por células de gordura. O acúmulo calórico se armazena como gordura no corpo, afetando as células do fígado, que aglomeram gordura em seu interior.

É normal haver presença de gordura no fígado, no entanto quando este índice chega a 5% ou mais o quadro deve ser tratado o mais brevemente possível. Se não tratada corretamente, a Esteatose hepática pode provocar a médio e longo prazo, uma inflamação capaz de evoluir para quadros mais graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado. Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como também adquire um aspecto amarelado.

TIPOS DE ESTEATOSE

Esteatose hepática alcoólica: como o nome diz, a esteatose hepática alcoólica se desenvolve em pessoas que bebem com muita frequência, principalmente pessoas que sofrem com alcoolismo.

Esteatose hepática não alcoólica: principais causas que podem levar a pessoa a ter gordura no fígado, já que esta doença não costuma apresentar sintomas. As principais causas de gordura no fígado são:

1. Obesidade, Diabetes e Resistência à insulina: a obesidade, a diabetes do tipo 2 e a resistência à insulina são as causas mais frequentes do acúmulo de gordura no fígado. Nestes casos, há um desequilíbrio entre a produção e a utilização de triglicerídeos pelo corpo, o que faz com que aumente a gordura armazenada no fígado.

2. Colesterol ou triglicerídeos elevados e baixo HDL, o colesterol bom.

3. Alimentação rica em gordura e açúcar

4. Consumo excessivo de álcool : esse excesso é considerado quando a quantidade diária de álcool é superior a 20 g para as mulheres e mais de 30 g para os homens, o que equivale a 2 ou 3 doses, respectivamente.

5. Hepatite B ou C: a presença de lesões provocadas pela hepatite nas células do fígado dificultam o trabalho do órgão, facilitando o acúmulo de gordura.

6. Uso de medicamentos: isso porque o uso contínuo e exagerado dessas medicações pode causar lesões ao fígado e, como consequência, a esteatose hepática (corticoides, estrógeno, antirretrovirais são alguns exemplos).

7. Doença de Wilson: esta doença é rara e se manifesta na infância, é caracterizada pela incapacidade do corpo em metabolizar o cobre em excesso do organismo, resultando em um quadro de intoxicação. Este cobre em excesso normalmente é armazenado no fígado, que vai causar lesões na célula e facilitar o acúmulo de gordura no órgão.

8. Desnutrição: a desnutrição provoca uma diminuição das lipoproteínas no organismo, que são as moléculas responsáveis pela retirada de gordura. A falta dessas lipoproteínas impossibilita a saída dos triglicerídeos do fígado, que acabam por se acumular no órgão causando o fígado gorduroso.

FATORES DE RISCO :

  • Pessoas com obesidade, sedentárias e que fazem consumo de álcool, regular ou não, têm mais tendências para desenvolvimento da Esteatose Hepática.
  • Mulheres também têm um risco maior de desenvolver excesso de gordura no figado, tendo em vista que o hormônio estrógeno, produzido naturalmente pelo corpo feminino, propicia o acúmulo dessa gordura.
  • Em crianças nos primeiros anos de vida, a esteatose hepática é causada principalmente por doenças metabólicas. Já nas crianças maiores e adolescentes, as causas são semelhantes às dos adultos e ligadas diretamente ao estilo de vida. O tratamento na infância é essencial para prevenir danos irreversíveis na fase adulta, além da conscientização da criança e familiares para hábitos de vida saudáveis.

Outros fatores de risco: Síndrome do ovário policístico; Hipotireoidismo; Síndrome Metabólica; Apneia do sono e acúmulo de gordura abdominal.

SINTOMAS DA ESTEATOSE:

É uma doença silenciosa, muitas vezes, o fígado gorduroso não provoca nenhum tipo de sintoma.

A Esteatose Hepática, nos quadros leves, não apresenta sintomas específicos.

Nos quadros intermediários a pessoa percebe os seguintes sinais:

Dor no abdômen, cansaço, fraqueza, perda de apetite, aumento do fígado, barriga inchada, dor de cabeça constante.

Nos estágios mais avançados da doença, a principal característica é a inflamação e a fibrose que resultam em insuficiência hepática. Nessas situações os sintomas mais comuns são:

Acúmulo anormal de líquido dentro do abdômen; Doenças no encéfalo,Confusão mental; Fadiga; Hemorragias; Queda no número de plaquetas sanguíneas; Icterícia (pele e olhos amarelados); Fezes sem cor;; Alterações do sono; Mudanças na coagulação; Inchaço dos membros inferiores; Aumento rápido do volume abdominal.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da Esteatose Hepática Não Alcoólica é feito por meio de exames de rotina, laboratoriais e/ou de imagem. Se for detectada alguma alteração nos resultados, é importante levantar a história do paciente, que deve passar por minucioso exame físico e submeter-se a exames de sangue para medir os níveis das enzimas hepáticas.

Embora a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética sejam muito úteis para avaliar possíveis alterações no fígado, há casos em que a confirmação do diagnóstico depende de biopsia. Entre todos, porém, o exame mais importante para diagnóstico da enfermidade é a elastografia transitória, um método semelhante à ultrassonografia, indolor, que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada no fígado.

Os exames vão indicar o grau de gordura no fígado:

Grau 1 ou leve: quando há pequeno acúmulo de gordura.

Grau 2: quando há um acúmulo moderado de gordura no fígado.

Grau 3: quando ocorre grande acúmulo de gordura no fígado.

TRATAMENTO:

Não existe um tratamento específico para Esteatose Hepática, ele vai variar conforme cada caso, grau e causas da doença. Nesse contexto, o tratamento tem três pilares:

Estilo de vida saudável.

Alimentação equilibrada e saudável.

Prática regular de exercícios físicos.

São raros os casos em que há necessidade de medicamentos. Eles podem ajudar, mas precisam ser aliados às mudanças de estilo de vida para tratar na raiz a causa do problema e ter o resultado satisfatório.

COMO PREVENIR:

Algumas medidas são indispensáveis para prevenir o acúmulo de gordura no fígado ou para reverter o quadro já instalado. As principais dicas para prevenir a Esteatose Hepática são:

A medida mais eficaz para controlar e prevenir a esteatose hepática é emagrecer. Para isso, deve-se ter uma dieta hipocalórica, evitar frituras, gorduras e doces e aumentar a ingestão de frutas, legumes, verduras e carnes magras. Mas cuidado! Dietas radicais, que provocam emagrecimento muito rápido e podem piorar o quadro.

Os nutrientes colina e betaína ajuda, o fígado a exportar os triglicérides para a corrente sanguínea, evitando assim o acúmulo de gordura. As fontes alimentares de colina e betaína são: quinoa; beterraba; espinafre; farelo e gérmen de trigo; ovo e soja.

Evite exagerar nas quantidades de carboidratos e prefira sempre os integrais.

Incluir boas fontes de fibras na alimentação é fundamental, uma vez que elas controlam a velocidade de absorção da glicose. As fibras estão presentes em:

=> Cereais, desde que integrais (trigo, aveia, quinoa, amaranto, arroz etc).

=> Legumes e verduras (principalmente nos folhosos como alface, rúcula, agrião etc).

=> Leguminosas (feijões, ervilhas, grão de bico, lentilhas, soja). Casca das frutas e em sementes como linhaça e chia.

.As proteínas devem ser essencialmente aquelas com pouca gordura, podendo ser incluído na dieta o leite desnatado, os iogurtes naturais e os queijos brancos, como a ricota ou o cottage. Dentro das proteínas magras, deve-se consumir o peixe, o peru e o frango sem pele.

.Outros alimentos que podem incluir-se na alimentação e que têm forte efeito protetor do fígado são a alcachofra, a cenoura, a chicória, o limão, as framboesas, o tomate, a maçã, as ameixas, a alfafa, a acerola, a uva, o melão, a beterraba, a berinjela, os aspargos e o agrião. Além disso, é ainda possível beber o chá de alcachofra, boldo ou cardo-mariano para obter o mesmo tipo de proteção sobre o fígado.

.O tipo de gordura que pode ser consumida, mas em pequenas quantidades, são as gorduras boas como os alimentos ricos em ômega 3. Alguns exemplos destes tipos de gordura são: azeite, abacate, frutos secos como amendoim, nozes, amêndoas; e peixes como salmão, truta, sardinhas ou cavala, por exemplo.

.Faça atividade física com frequência, pois nossa maior fonte de energia são os triglicérides. Ao queimar os triglicérides, você evita o acúmulo deles no corpo - e no fígado.

Evite bebidas alcoólicas. Quem já está com Esteatose Hepática deve eliminar o álcool do cardápio.

Priorize a gordura vegetal e não exagere nas quantidades desse nutriente.

Outras recomendações:


É importante ingerir bastante água ao longo do dia, sendo recomendado beber pelo menos 2 litros por dia. Também é possível ingerir chás que favorecem a limpeza do fígado para eliminar as toxinas que se encontram acumuladas.

.O azeite deve ser colocado na comida à mesa, para que mantenha suas propriedades benéficas e nunca se deve usar óleo ou outra gordura para confecção das refeições.

* Evitar doces, gorduras, frituras, alimentos gordurosos, molhos, refrigerantes.


Fique sempre atento aos sinais que o seu corpo te mostra, principalmente se você tiver fora do peso. O ideal é ter o diagnóstico precoce da doença. Por isso, pessoas com fatores de risco devem fazer consultas com o nutricionista para avaliar a necessidade de monitorar a quantidade de gordura no fígado, assim como ter um panorama geral de toda a saúde do corpo.

O quadro é reversível com mudanças de estilo e hábitos de vida, que devem ser mais saudáveis e com as devidas orientações nutricionais e médicas.

Cuide de sua saúde, a Esteatose Hepática é um problema sério que pode levar à morte.

Carla Mendonça

Nutricionista - CRN 921001487

@paporetocomanutri




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