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PolĂ­tica

MP ajuíza ação de improbidade administrativa contra prefeita de Saquarema por fraude

Por Redacao 20/12/2023 às 16:08:49

Foto: Divulgação

O Ministério PĂșblico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ÂȘ Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – NĂșcleo Araruama, ajuizou, na segunda-feira (18/12), ação civil pĂșblica por ato de improbidade administrativa em face da prefeita do municĂ­pio de Saquarema, Manoela Ramos de Souza Gomes Alves, trĂȘs empresas de pequeno porte e seus responsĂĄveis, por fraudes em contratações ligadas ao Programa "Conexão do Futuro", criado pela Prefeitura. Os fatos que deram origem à ACP foram divulgados pela mĂ­dia e foram colhidos no Inquérito Civil, instaurado para apurar as notĂ­cias, e ainda em andamento.

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Relata a ACP que, em maio de 2022, a Prefeitura de Saquarema publicou edital de chamamento pĂșblico para seleção de organização de sociedade civil para celebrar termo de colaboração, cujos objetos seriam a implantação fĂ­sica, gestão educacional e administrativa do citado programa, no valor total de R$ 18.730.012,46. O vencedor do chamamento pĂșblico, sem competição, foi o Instituto de Desenvolvimento Pesquisa e Inovação (IDPI), que firmou termo de cooperação com o MunicĂ­pio. O IDPI, então, contratou vĂĄrias empresas e, dentre estas, trĂȘs escolhas foram motivadas unicamente para favorecer e enriquecer ilicitamente Lucas Amorim Floriano, também denunciado. São elas Pride Esportes; Sejja Sports; e Triggo Alimentos Ltda - todas denunciadas.

Ocorre que Lucas é sócio das trĂȘs empresas, ainda que de forma oculta. No caso da Pride Esportes, em sociedade com sua sogra Angela Maria de Oliveira Santos e Emerson Sartori Vali, pai de consideração de Diogo Muniz, casado com a irmã da prefeita de Saquarema. JĂĄ na empresa Sejja Sports, atualmente somente consta como responsĂĄvel a sogra Angela, mas hĂĄ informações de que, em 2019 ela tinha Lucas como sócio, que ainda segue com seu e-mail cadastrado no sĂ­tio da Receita Federal. Por fim, no caso da Triggo Alimentos Ltda, consta como sócio-administrador Marcus Vinicius Coelho, amigo Ă­ntimo de Lucas Floriano, como pode ser comprovado por publicações em redes sociais. Dessa forma, os 'laranjas' Angela, Emerson e Marcus também estão denunciados.

Segundo o MPRJ, o esquema identificado não se encerra na fraude à licitação e utilização de 'laranjas' como sócios das empresas, mas perpassa, desde 2020 e a cada ano, com a criação e manutenção do vĂ­nculo entre o empresĂĄrio e a prefeitura de Saquarema, visando lesar o erĂĄrio e promover o seu enriquecimento ilĂ­cito. Como se não bastasse, ainda no final de 2022, Lucas foi nomeado diretor do Programa Conexão do Futuro através da portaria nÂș 1.326 por ato da prefeita, e ré neste processo. Ou seja, no mesmo ano que mantém contrato em vigor com o municĂ­pio, Lucas foi nomeado para a direção do programa, recebendo salĂĄrio para a direção e o valor do contrato para a prestação do serviço, inclusive com a celebração de termos aditivos, no caso da empresa Sejja Sports.

Pelo exposto, resta evidente que, apesar de Lucas não constar no quadro societĂĄrio de nenhuma das trĂȘs empresas atualmente, criou de modo fraudulento pessoas jurĂ­dicas visando à celebração dos contratos e alterou a formação das empresas, sendo que estas pessoas jurĂ­dicas firmaram contratos com o Conexão do Futuro após sua nomeação como diretor do projeto. Apesar de ser o principal autor do esquema, Lucas não agiu sozinho, mas em conluio com a prefeita e ré no processo Manoela Ramos, de quem é amiga Ă­ntima. Foi, inclusive, Antonio Cesar Alves, cunhado da prefeita, que é contador, quem deu entrada na "papelada" para a criação das empresas Pride Esportes e Triggo.

O MPRJ requer à Justiça que a prefeita Manoela seja condenada à perda da função pĂșblica, suspensão dos direitos polĂ­ticos por oito anos, proibição de contratar com o poder pĂșblico ou de receber benefĂ­cios ou incentivos fiscais ou creditĂ­cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurĂ­dica da qual seja sócia. Entre outros pedidos, requer ainda que Lucas seja condenado ao pagamento de multa civil de 15 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente (R$ 7.499,17); e que Angela, Emerson e Marcus tenham suspensos os direitos polĂ­ticos por oito anos. No caso das trĂȘs empresas, o pedido é de proibição de contratar com o poder pĂșblico ou de receber benefĂ­cios ou incentivos fiscais ou creditĂ­cios, direta ou indiretamente, pelo prazo de quatro anos.

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