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PolĂ­cia

Nos primeiros 100 dias do governo Cláudio Castro 52 pessoas foram vítimas de balas perdidas no Rio

Relatório do Instituto Fogo Cruzado aponta para crescimento em vĂ­timas de balas perdidas e ausĂȘncia de polĂ­ticas consistentes de transparĂȘncia.

Por Redação 12/04/2023 às 09:29:51

Foto: Diego Reis

A ausĂȘncia de políticas de transparĂȘncia no campo da segurança pública e a violĂȘncia armada são os principais marcos dos primeiros 100 dias dos novos governos nos estados monitorados pelo Instituto Fogo Cruzado. Levantamento divulgado hoje pelo Instituto aponta o mapeamento de 1.014 tiroteios na Região Metropolitana do Rio, outros 497 na Região Metropolitana do Recife e 396 em Salvador e Região Metropolitana. Esses tiroteios deixaram 634 vítimas no Grande Rio, 559 no Grande Recife e 365 baleados na Região Metropolitana da capital baiana.

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O relatório chama a atenção para um grave problema de segurança pública que se repete nas metrópoles brasileiras e que apresenta tendĂȘncia de alta: as balas perdidas. Entre os dias 1Âș de janeiro e 10 de abril deste ano, 52 pessoas foram vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Isso representa um crescimento de 79% em relação ao mesmo período em 2022 (29). Na Bahia, a situação é também preocupante: houve 19 vítimas de balas perdidas em Salvador e Região Metropolitana , estado onde o Fogo Cruzado atua desde julho de 2022. Março foi o mĂȘs com o maior número de vítimas desde o início do monitoramento: 10 pessoas foram atingidas. No Grande Recife, houve 17 casos de vítimas de balas perdidas, superando o mesmo período de 2022 (15).

O caso das balas perdidas é emblemĂĄtico sobre a falta de transparĂȘncia que se tornou padrão no Brasil quando o tema é segurança pública, uma vez que os estados não divulgam dados sobre essas vítimas. O Rio de Janeiro chegou a divulgar essas estatísticas por um período, mas interrompeu em 2012. A população só voltou a ter acesso a essa informação depois da criação do Fogo Cruzado em 2016. De lĂĄ para cĂĄ, registramos um total de 1.079 vítimas de bala perdida no Grande Rio. No Grande Recife, onde atuamos desde 2018, foram 221 vítimas. E 40 vítimas de balas perdidas foram registradas em menos de um ano atuando em Salvador e Região Metropolitana. Os números mostram que a bala perdida é um problema nacional e que exige políticas específicas.

O levantamento divulgado hoje pelo Fogo Cruzado avaliou as novas gestões do governo do estado não apenas do ponto de vista dos indicadores, mas sobretudo no que refere à transparĂȘncia, porque esse é um primeiro passo importante para o desenvolvimento de políticas públicas.

Até o momento, as ações apresentadas na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro estão aquém das expectativas. O relatório aponta que 100 dias é um período curto para a implementação de novas políticas de segurança, mas é tempo o suficiente para promover mais transparĂȘncia e diĂĄlogo com a sociedade.

Para Maria Isabel Couto, diretora de Dados e TransparĂȘncia do Instituto Fogo Cruzado, é importante articular as estatísticas sobre violĂȘncia armada às políticas jĂĄ propostas para compreendermos se houve ou não avanços no campo da segurança pública. "É sintomĂĄtico que olhemos para trĂȘs grandes regiões metropolitanas brasileiras e vejamos um padrão: de um lado as balas perdidas apresentam tendĂȘncia de alta, do outro, os novos governos apontam para o retrocesso no que se refere à transparĂȘncia. O governo da Bahia até o final de março não divulgou nenhuma estatística de segurança pública em 2023. O novo governo em Pernambuco começou repetindo as mesmas medidas que eram criticadas do seu antecessor. E no Rio, as disputas por território explodiram levando junto o indicador de balas perdidas, mas o governo reeleito continua agindo como se o cenĂĄrio não tivesse piorado: não hĂĄ proposta de mudança ou qualquer diĂĄlogo com a sociedade", avalia.

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